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Mercado piora visão para déficit primário de 2023 e 2024 com queda em perspectiva de arrecadação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem evitado confirmar ou negar explicitamente que a meta seria reajustada

por Reuters
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déficit

Participantes do mercado financeiro passaram a esperar um resultado primário pior para este ano e o próximo, com perspectiva de uma captação de recursos mais baixa em ambos os períodos, em meio a dificuldades do governo para avançar com medidas de impulso à arrecadação e após o presidente Lula ter posto em dúvida a meta de déficit zero para 2024.

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O boletim Prisma de novembro, publicado nesta terça-feira pelo Ministério da Fazenda, mostrou expectativa mediana de que o Brasil registre em 2023 resultado primário negativo em 113,512 bilhões de reais, ante 110,097 bilhões estimados no relatório anterior.

Também houve piora para o ano que vem, com estimativa de déficit de 90,237 bilhões de reais, contra 84,313 bilhões esperados anteriormente. A meta do governo para o período é de equilíbrio nas contas, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no fim de outubro que esse objetivo “dificilmente” será alcançado.

A piora da projeção reflete queda na perspectiva mediana para a arrecadação de receitas federais deste ano a 2,330 trilhões de reais, de 2,337 trilhões antes, bem como baixa na conta de 2024 a 2,522 trilhões, contra estimativa de arrecadação de 2,527 trilhões em outubro.

A piora no Prisma de novembro vem em meio a discussões sobre a possibilidade de mudança do objetivo fiscal do governo para 2024, devido às dificuldades em aumentar a arrecadação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem evitado confirmar ou negar explicitamente que a meta seria reajustada.

Fontes afirmaram à Reuters na semana passada que o governo manterá, ao menos por enquanto, a busca pelo primário zero para que Haddad tenha tempo de negociar a aprovação de medidas que ampliem a arrecadação, mas participantes do mercado financeiro têm dúvidas sobre se a alteração na meta fiscal poderá ser evitada.

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O mercado reduziu suas projeções para a dívida bruta do governo geral a 75,81% do PIB neste ano e a 78,80% do PIB no próximo, mostrou o Prisma. Em outubro, a expectativa era de endividamento de, respectivamente, 76,00% e de 79,00%.

Houve ligeiro recuo na expectativa mediana de despesa do governo federal deste ano, a 2,020 trilhões de reais, contra 2,022 trilhões anteriormente. Para o período seguinte, a projeção caiu a 2,169 trilhões, frente a 2,174 trilhões na leitura de outubro.

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