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Mercado vê Selic a 15% em 2025, revela Focus

A mediana para os juros no fim de 2026 passou de 11,25% para 11,75%, contra 10% um mês antes

por Redação Dinheirama
3 min leitura
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A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 passou de 14,00% para 14,75%, ainda na esteira do anúncio de aperto no ciclo monetário da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mostra o documento revelado pelo Banco Central nesta segunda-feira (23). O colegiado elevou a taxa básica para 12,25% ao ano e sinalizou mais dois aumentos de um ponto porcentual, que levariam a taxa a 14,25% em março do próximo ano, o maior nível desde 2016.

Considerando apenas as 96 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 passou de 14,50% para 15,00%.

A mediana para os juros no fim de 2026 passou de 11,25% para 11,75%, contra 10,00% um mês antes. A projeção para o fim de 2027 se manteve em 10,0%, ante 9,50% de quatro semanas atrás.

O movimento de elevação das expectativas já havia sido detectado pelo Projeções Broadcast. Após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, na última semana, a pesquisa mostrou que houve avanço da estimativa intermediária para a taxa Selic no fim de 2025, de 14,75% para 15%.

O RTI, por sua vez, reforçou o cenário de deterioração da inflação, já sinalizado na ata da última reunião do Copom, e firmou a percepção do mercado de que será preciso uma taxa de juros rodando acima de 13,75% – estimativa adotada como pico do juro básico no cenário de referência do RTI – para a convergência da inflação à meta de 3%.

PIB

A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 passou de 3,42% para 3,49%, a quinta alta consecutiva. Um mês antes, a estimativa era de 3,17%. Considerando apenas as 68 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção passou de 3,49% para 3,50%.

A estimativa intermediária para 2025 passou de 2,01% para 2,02%, contra 1,95% um mês antes. Levando em conta apenas as 67 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana oscilou de 2,10% para 2,00%.

Os economistas do mercado revisaram a projeção de crescimento da economia para 2026, passando de 2,00% para 1,90%, após 71 semanas de estabilidade. Para 2027, a estimativa permaneceu em 2,0%, como já está há 74 semanas.

O Banco Central revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 de 3,2% para 3,5%. A projeção para 2025 passou de 2,0% para 2,1%. Os números constam no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado na última quinta-feira, 19.

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Carne moída (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

IPCA

As medianas do relatório Focus para o IPCA mensal de dezembro a fevereiro indicam uma inflação acumulada de 1,90% no período, contra 1,86% de uma semana atrás e 1,61% de quatro semanas antes.

A mediana para o IPCA de dezembro passou de 0,58% para 0,60%, contra 0,51% um mês antes. A estimativa intermediária para janeiro de 2025 passou de 0,02% para zero, contra 0,49% há quatro semanas. A projeção para fevereiro de 2025 passou de 1,26% para 1,30%, de 0,68% um mês atrás.

Projeção suavizada

A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses passou de 4,68% para 4,89%. Um mês antes, era de 4,36%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.

O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo.

A meta continua tendo como centro 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode propor uma alteração ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas é necessário esperar 36 meses para que qualquer mudança tenha efeito.

Veja o relatório Focus

(Com Estadão Conteúdo)

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