Mesada aos filhos. Está aí um assunto que deixa praticamente todos os pais com a orelha em pé.
E não é por menos. As dúvidas são muitas sobre aderir ou não a esta prática, e as experiências (e resultados) são divergentes.
A pergunta que fica é: como dar mesadas aos seus filhos sem que isso gere desarmonia familiar, atritos entre cônjuges, anseios entre as crianças?
Antes de seguirmos, saiba que, se bem feita, a prática é saudável e pode ensinar seus filhos a lidar com o dinheiro da forma correta e com ótimos resultados.
Para termos uma melhor compreensão do lado positivo da mesada, listamos algumas dicas para você aprender e aplicar, conforme a realidade de sua estrutura familiar.
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Defina a periodicidade das mesadas
Entre as formas de como aprender a dar mesadas a seus filhos está o fator idade e periodicidade. Até uns 6 anos, por exemplo, a mesada aos filhos deve ser eventual, e não frequente. Isso faz com que as crianças comecem a compreender o que é o dinheiro.
É importante este contato com o assunto, e os pais precisam se policiar para tratar o tema de forma natural, e não como se o dinheiro fosse algo “sujo” ou “escasso”. Lembre-se que por mais que você ensine por palavras, as crianças irão aprender mesmo é pelo seu exemplo.
Entre os 6 e 8 anos aproximadamente, o fator periodicidade entra em questão. Nessa idade, o intervalo entre a mesada pode ser semanal, para a criança começar a se habituar.
Como nessa faixa etária a maioria das crianças ainda não compreende bem a questão da periodicidade, este será um bom exercício.
Assim ela irá aprendendo aos poucos sobre o valor do dinheiro no tempo, e passará a perceber a necessidade de controlar a quantidade de gasta.
Entre os 8 e 11 anos, os pais já podem planejar a mesada dos filhos para que aconteçam a cada 15 dias. Agora a criançada já começa a se acostumar com a ideia do aumento desse intervalo de tempo.
Quando romperem com a barreira dos 11 anos aproximadamente, as crianças já podem praticar o intervalo mensal, exatamente como é na vida da maioria dos adultos.
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Noções de orçamento
Desse ponto em diante, entra um aprendizado dos mais importantes, e que devem perdurar por toda a vida: o orçamento familiar.
É a partir daí que elas podem começar a compreender como os pais precisam lidar com os compromissos regulares que envolvem o dinheiro.
É importante que os filhos percebam e participem, entendo como acontecem os gastos recorrentes, os urgentes, e principalmente como poupar dinheiro para adquirir um bem de maior valor.
Valor da mesada
Outra dúvida muito recorrente é qual deve ser o valor dessa mesada. Uma coisa importante na hora de definir isso é que os pais expliquem aos filhos a situação financeira da família.
Os filhos não precisam de mesadas altas. O principal objetivo da mesada é que ela seja uma ferramenta de educação financeira que gere resultados positivos.
Assim, defina um valor que seja suficiente para eles comprarem algumas coisas corriqueiras que gostam, e que permita que eles administrem esses recursos para precisarem poupar, se desejarem comprar algo mais caro.
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Observe e instrua
Depois de toda esta rotina estabelecida, lembre-se de acompanhar frequentemente a maneira como seus filhos lidam com a mesa.
Instrua-os a controlar os gastos num caderninho desde cedo. Dê a orientação adequada caso observe que eles estejam se comportando como “gastadores”.
Explique que se pouparem parte da mesada e somarem à mesada do mês seguinte, poderão ter mais poder de compra.
Alguns cuidados
Não penso que seja bom a criança utilizar esse dinheiro da mesada para pagar, por exemplo, cursos extracurriculares, como inglês, natação, música, etc.
Também não deve ser utilizada como uma “barganha” para os pais conseguirem que a criança tire notas altas ou mesmo realize algumas tarefas domésticas, que na verdade são obrigações.
Atitudes assim podem desvirtuar o objetivo principal da mesada, conforme comentei.
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Considerações finais
Por fim, utilize essas dicas para trabalhar o assunto com seus filhos, mas sempre lembrando que cada família possui situações financeiras diferentes.
O importante é que você perceba a essência por trás do assunto, e independente se você concorda ou discorda daquilo que foi escrito aqui, não deixe de trabalhar a educação financeira com seus filhos.
Por fim, também recordando outro ponto, seja você o exemplo maior para seus filhos. Eles dificilmente irão aprender algo que você fala, se verem você fazendo outra coisa.
Faço votos para que esse assunto prospere na sua casa e na vida de seus filhos. O dinheiro está presente em quase tudo o que fazemos. Ele é um instrumento de melhoria da sua qualidade de vida.
Despeço-me deixando este vídeo bacana que gravei com a amiga Ana Paula Hornos, que é educadora financeira infantil. Ela deixa mais alguns insights importantes relacionados ao tema. Abraços e até breve!