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Mesada: como transformar essa experiência em grande aprendizado

por Isabella Abreu
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Mesada: como transformar essa experiência em grande aprendizado

A mesada é um importante instrumento de educação financeira que ensina a criança a fazer escolhas mais responsáveis, planejar, poupar e conquistar sonhos. Através dessa ferramenta, é possível ter um primeiro contato com a administração do próprio dinheiro e também a percepção de que esse é um recurso finito.

 De acordo com Ana Paula Pregardier, diretora da Intus Forma Educação Financeira, a experiência de administrar e decidir sobre como utilizar o próprio dinheiro é impactante. “Quando uma criança ou adolescente ganha mesada, começa a construir seus hábitos de economia e consumo que levará para toda a vida. Os pais devem auxiliar os filhos nessa experiência sem substituí-los na tomada de decisão. A tomada de decisão sobre como usar o dinheiro é o ponto-chave de aprendizado, é o momento onde são criados os hábitos financeiros”, destaca.

Quando começar e quanto dar de mesada?

Para Ana Paula, a educação financeira das crianças deve começar desde bebê com o exemplo dos pais, já a mesada deve começar a partir do momento em que a criança consegue fazer contas.

A especialista recomenda que o valor da mesada deve acompanhar a capacidade da criança de contar e calcular. “Se a criança consegue fazer contas de somar e subtrair até dez, deve receber até R$ 10, se consegue fazer as contas até 50, deve receber no máximo R$ 50”, diz.

O que fazer se a situação financeira da família ficar apertada?

É importante que a criança participe da vida financeira da casa. “Ou seja, quando a família se reunir para organizar as contas e fazer o planejamento mensal, deixe que a criança esteja junto. Essa participação ajudará a construir uma cultura de organização financeira”, afirma Ana Paula.

Quando a família ficar “apertada”, a dica é conversar com a criança e deixá-la ajudar na criação de um “plano” para economizar. “Mesmo que as sugestões do filho pareçam ter um impacto monetário pequeno, incentive e componha o plano da família com as estratégias da criança”, ensina.

Os filhos estão liberados para comprar o que desejarem?

De acordo com Ana Paula, deixar o filho comprar tudo o que quiser não traz benefícios para a construção dos hábitos financeiros. “Mesmo que você tenha como comprar tudo, ensine que o dinheiro é um recurso finito. Isso ajudará seu filho a aprender a dar valor as coisas e pensar antes de consumir”.

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O que fazer se o filho “falir” antes do final do mês?

Considerando que as crianças não têm contas fixas ou de subsistência para pagar, se “falir” antes do final do mês, é preciso conversar e explicar. “Não dê mais dinheiro, pois assim os filhos começarão a perceber e aprender como suas ações causam resultados (tanto bons, quanto ruins)”, afirma Ana Paula.

Os pais devem remunerar atividades domésticas?

As atividades domésticas fazem parte da vida familiar, por isso é muito importante que as crianças contribuam e ajudem com as atividades que são adequadas a sua faixa etária. Ainda que a mesada deva ser merecida, a recomendação da especialista é que ela não deve ser tratada como um salário ou moeda de troca por trabalho ou comportamento.

Mesada não é só dinheiro

Apesar de ser uma ótima ferramenta para educar financeiramente a nova geração, o educador financeiro Reinaldo Domingos avalia que nem toda mesada envolve dinheiro. Segundo ele, a forma como são inseridos os valores em notas e moedas na vida da criança pode ser associada a questões de sustentabilidade, consumo consciente, coletividade, empreendedorismo e outros temas relevantes.

Autor do livro “Mesada não é só dinheiro – Conheça os 8 tipos e construa um novo futuro”, Domingos acredita que cada tipo de mesada pode ensinar algo para os pequenos. A mesada econômica, por exemplo, baseia-se em economizar o máximo possível, tanto em dinheiro quanto em recursos materiais.

“Uma lâmpada acesa sem precisar, além de televisão e computador ligados sem ser usados, elevam o valor da conta no fim do mês e acarretam no adiamento da realização de sonhos e desejos”, explica Reinaldo.

Outro tipo de mesada defendida por Domingos é a de troca, que pode ajudar as crianças a adquirirem coisas novas e a se desfazerem das que não usam mais. “As crianças podem trocar brinquedos, livros, figurinhas. Não gastar e ter o hábito de trocar dará a elas a liberdade de escolha com relação ao uso do dinheiro, além de possibilitar o exercício do desapego”, enfatiza.

Já a mesada empreendedora nasce do desejo de ganhar o próprio dinheiro, como fruto da imaginação e criatividade de criar algo que interesse a outras pessoas. Dessa forma, a criança pode ganhar dinheiro fazendo doces, vendendo desenhos, brinquedos de sucata e etc. Vale ressaltar que essa deve ser uma atividade recreativa, e deve ser encarada com prazer, e não como um trabalho remunerado.

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Foto “mother and daughter”, Shutterstock.

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