O decreto que instituiu a meta contínua de inflação não significa uma mudança na forma como o Banco Central enxerga a política monetária, disse nesta quinta-feira o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, ressaltando que nova sistemática não representa maior nem menor suavização no trabalho da autoridade monetária.
Em entrevista para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, em São Paulo, Campos Neto disse que o período mínimo de 36 meses para uma mudança de meta mostra um compromisso do governo com a transparência, acrescentando que o prazo dá estabilidade na previsão para o alvo.
Alta de juros
Uma eventual alta de juros não está no cenário base do Banco Central, disse nesta quinta-feira o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, enfatizando que as comunicações recentes da autoridade monetária buscaram não apresentar orientação futura para a taxa Selic.
Campos Neto destacou que o BC está acompanhando o cenário e segue vigilante.
“Sobre alta de juros, não é o nosso cenário base, a gente entende que a linguagem adotada é compatível com não ter dado ‘guidance’ para o futuro neste momento”, afirmou.
Após o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmar nesta semana que a percepção do mercado sobre a situação fiscal não está se deteriorando, Campos Neto disse que há uma percepção de analistas de piora nas contas públicas.