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Meu “Não” para o falso Marketing Multinivel

por Tibério Rocha Júnior
3 min leitura
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piramide-postTempos atrás, me pediram opinião sobre o investimento em certas empresas de marketing multinivel. Diante da febre que se instalou, eu até recebi convites para ingressar nessas “redes”. Já vi pessoas sendo abordadas em pleno shopping, por exemplo. Muitos aplicaram suas economias e venderam seus bens para entrar no negócio, mas eu não coloquei um centavo nisso e neste meu primeiro artigo para o Dinheirama, vou dizer porquê.

Quando investimos, devemos sempre avaliar pelo menos três critérios: rentabilidade, liquidez e segurança. A grosso modo, o primeiro refere-se a quanto você vai ganhar ao longo do tempo, o segundo refere-se à quando o dinheiro vai para a sua mão e o terceiro ao risco disso tudo não se realizar.

A relação entre rentabilidade e risco é diretamente proporcional. Quanto maior o retorno, maior o risco, e vice-versa. Normalmente, alternativas que apresentam promessas de ganhos muito altas também apresentam riscos elevados de não se concretizarem. Um bom investimento é, portanto, aquele em que estes três critérios estão, de certa forma, balanceados. Considerando-os, a alternativa não me pareceu suficientemente interessante.

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Outro ponto que me chamou a atenção foi a desproporcionalidade entre custo e benefício, sendo o segundo bem maior que o primeiro. Na economia, as relações estão baseadas em trocas. Você paga um preço e recebe um serviço ou um produto, oferecidos pelas empresas que tem nesse papel o seu fundamento maior.

Esse preço tem uma certa proporcionalidade com o que você recebe, em função da sua utilidade. Na proposta que me foi apresentada, na prática eu aplicaria uma quantia e receberia de volta produtos e mais dinheiro. Os produtos eu teria que vendê-los, logicamente, mas de onde viria esse dinheiro? E quem estaria pagando?

Não me pareceu uma compra convencional, tão pouco uma aplicação financeira. Até porque uma aplicação no mercado financeiro é feita numa instituição inserida no Sistema Financeiro Nacional. Elas são fiscalizadas e convivem com uma legislação específica. As empresas em questão não tinham esse perfil.

Se eu vendesse os produtos da empresa, então seria um colaborador. Estaria investindo o meu trabalho de uma maneira informal por conta e risco meus, sem nenhuma garantia trabalhista. Por outro lado, se eu fosse investidor da empresa, não estaria comprando quotas, ações ou debêntures que garantissem o meu retorno. O que estaria adquirindo efetivamente?

Esse foi o outro ponto que me fez recusar: a confusão de papéis. Não era de cliente, não era de colaborador, não era de investidor, mas tudo isso junto sem estar muito claro. Muito marketing e pouca consistência financeira. Eu nem verifiquei se as empresas praticavam o antigo e insustentável esquema de pirâmide. Não foi preciso. Bastou conhecer a proposta para ver que ela não me interessava.

O tempo passou e apareceram as primeiras notícias ruins sobre estas alternativas. Milhares de pessoas sendo lesadas. Fortunas concentradas nas mãos de poucos sem que isso traga benefício social algum. Perdas tributárias e redução na captação da poupança em muitos casos. Danos ao sistema financeiro e à economia popular. Crime.

Tudo isso acontecendo com o pequeno investidor. Os golpes financeiros normalmente aproveitam-se da inércia governamental, da desinformação das pessoas e da ânsia de ganhar mais do que os outros – na maioria das vezes, sem o esforço correspondente. Neles, poucos saem ganhando as custas do prejuízo de muitos. Melhor não ficar em nenhuma dessas duas opções.

Foto de freedigitalphotos.net.

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