O México concedeu asilo político ao ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, informou o Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira, um dia depois que o governo do Equador tornou o embaixador mexicano persona non grata em meio a crescentes tensões entre os dois países.
Glas, condenado duas vezes por corrupção, está escondido na embaixada do México em Quito desde que pediu asilo político em dezembro, argumentando que está sendo perseguido pelo gabinete do procurador-geral.
As autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada e prender Glas, que foi condenado a seis anos de prisão em 2017, após ser considerado culpado de receber propina da construtora brasileira Odebrecht em troca da concessão de contratos governamentais.
O México solicitará que as autoridades equatorianas concedam a Glas passagem segura para fora do país, disse o ministério em um comunicado.
O governo do Equador não se referiu a Glas em sua declaração anunciando a decisão de expulsar o embaixador do México na quinta-feira, citando, em vez disso, comentários “infelizes” do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.
As autoridades equatorianas ficaram irritadas com os comentários de López Obrador sobre as sangrentas eleições do país sul-americano no ano passado, nas quais um candidato à Presidência foi assassinado.
Na quarta-feira, o presidente mexicano comparou o assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, no ano passado, à violência durante a atual temporada eleitoral no México, onde vários candidatos locais foram mortos a tiros.
López Obrador reiterou seus comentários nesta sexta-feira, repetindo a comparação e culpando os veículos de mídia que, segundo ele, são corruptos em toda a América Latina.
O líder mexicano ignorou a expulsão do embaixador e disse que não retaliaria com a mesma medida.
“Para que haja uma briga, é preciso que haja duas partes envolvidas”, disse López Obrador.