Os preços futuros do minério de ferro caíram pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira, com o índice de referência de Cingapura caindo abaixo do nível psicológico de 100 dólares por tonelada, pressionado pela retomada das conversas sobre restrições à produção de aço na China, principal mercado consumidor do minério.
O minério de ferro de referência de setembro na Bolsa de Cingapura recuou 2,03%, para 99 dólares a tonelada, atingindo seu nível mais baixo desde 31 de julho.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 3,63%, a 729,5 iuanes por tonelada, atingindo o valor mais baixo desde 1º de abril.
O contrato atingiu uma mínima intradiária de 727 iuanes, o nível mais fraco desde 15 de agosto de 2023.
As conversas de mercado de que Tangshan, o principal centro siderúrgico da China, imporá restrições rigorosas à produção de aço azedaram o sentimento, pressionando os preços do minério, disseram analistas.
A Comissão de Desenvolvimento e Reforma e o Escritório da Indústria e Tecnologia da Informação em Tangshan não responderam aos pedidos de comentários da Reuters.
Pequim deixou claro que continuaria a administrar a produção de aço bruto este ano, mas ainda não divulgou nenhum detalhe essencial em relação a cronograma ou escala.
“Os sinais de fraqueza no mercado siderúrgico, incluindo a demanda doméstica fraca, a desaceleração das exportações e o aumento das perdas entre as siderúrgicas, diminuíram o apetite por matérias-primas, pesando sobre seus preços”, disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures.
“A demanda no próximo mês — tipicamente pico de consumo — melhorará, mas sugerimos não manter expectativas muito altas.”
O mercado também foi pressionado pelo aumento da oferta, refletido nas maiores importações de minério de ferro em julho, nos altos estoques portuários e no aumento das exportações de minério de ferro em julho do Brasil, importante fornecedor.