A Minerva (BEEF3) apresentou uma nova proposta à autoridade antitruste uruguaia, Coprodec, visando concluir a compra de três frigoríficos da Marfrig (MRFG3), com a revenda imediata de um deles ao grupo indiano Allana. O BTG Pactual avalia que a operação eleva preocupações sobre o endividamento da empresa, mesmo com a expectativa de aprovação entre abril e maio.
O banco destaca que a transação, anunciada em agosto de 2023, tornou-se uma saga regulatória, especialmente no Uruguai. Embora o valor total do negócio seja estimado em R$ 780 milhões, detalhes como o preço da planta de Colonia permanecem incertos. Segundo os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris, a múltipla alta pré-sinergias preocupa.
Do ponto de vista financeiro, o BTG estima que o impacto será neutro, já que o aumento nos custos de juros (cerca de R$ 100 milhões) anulará praticamente a contribuição de Ebitda das plantas adquiridas. Essa análise reforça as preocupações sobre a capacidade da Minerva de desalavancar após a conclusão do negócio.
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Para a Marfrig, o desfecho é positivo, com benefícios de juros acumulados e múltiplos atrativos que apoiam seus planos de redução de dívida. No entanto, o BTG mantém avaliações neutras para ambas as empresas e prefere JBS (JBSS3) como escolha no setor. A operação ainda enfrenta desafios regulatórios no Uruguai.
Os analistas ressaltam que a matemática financeira da transação é apertada, com riscos associados à alavancagem. Para Minerva, a venda de um dos ativos ao grupo Allana busca mitigar preocupações antitruste, mas a falta de clareza sobre valores e sinergias gera incertezas. O BTG segue cauteloso quanto à sustentabilidade do negócio.
Veja os detalhes da nova proposta da Minerva
• A nova proposta inclui a revenda de um frigorífico ao grupo Allana. Os analistas do BTG explicam que essa estratégia visa reduzir preocupações regulatórias no Uruguai. No entanto, permanece a dúvida sobre o preço que Allana pagará pela planta de Colonia.
• O impacto no fluxo de caixa será neutro. Com base em estimativas, o aumento nos custos de juros anulará praticamente o Ebitda gerado pelos ativos adquiridos. Thiago Duarte destaca que a operação não melhora significativamente o perfil financeiro.
• A alavancagem é o principal risco para Minerva. Com um aumento projetado de aproximadamente R$ 900 milhões na dívida líquida, a capacidade de desalavancagem pós-transação preocupa. Gustavo Fabris reitera que esse é o principal motivo da avaliação neutra da empresa.
• Marfrig se beneficia marginalmente. A venda dos ativos no Uruguai traz múltiplos atrativos e apoia os planos de redução de dívida da empresa. Guilherme Guttilla afirma que o desfecho é positivo para Marfrig, mas insuficiente para alterar a recomendação.
• JBS segue como preferência no setor. Apesar da neutralidade atribuída a Minerva e Marfrig, o BTG mantém sua preferência por JBS, citando melhores fundamentos e menor exposição a riscos regulatórios no curto prazo.