O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, propôs como meta para as contas públicas no ano que vem, um déficit máximo de R$ 139 bilhões, sem contar os gastos com juros. Apesar do número gigantesco, Meirelles diz que será preciso um esforço extraordinário. Se as contas seguissem o ritmo dos últimos 16 anos, haveria um aumento de 6% acima da inflação em 2017. A proposta de Meirelles é impedir este crescimento, contendo a elevação de gastos em saúde e educação, hoje obrigatórios por lei. Na prática, diz ele, será preciso evitar despesas de R$ 80 bilhões.
Em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, os planos do ministro preveem outra guinada: um aumento de R$ 55 bilhões nas receitas em 2017, invertendo a trajetória de queda dos últimos anos. Para atingir sua meta, Meirelles diz ter um plano A, um plano B e um plano C. Suas diferentes estratégias incluem de privatizações ao aumento do imposto sobre a gasolina (Cide), do IOF e do PIS-Cofins, que inclui, por exemplo, alimentos específicos tidos como “item de luxo”.
Mercado projeta melhora no PIB em 2016
O mercado reduziu, pela segunda semana, a perspectiva para a queda da atividade econômica do país e agora projeta retração de 3,30% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (11) no Boletim Focus.
Na semana anterior, a previsão de economistas e instituições consultados na pesquisa semanal do BC era de retração de 3,35% da atividade econômica neste ano. Quatro semanas atrás, a queda projetada era de 3,60%. Para 2017, foi mantido o crescimento de 1%.
Governo pretende privatizar ponte aérea Rio-SP
Em busca de recursos para reduzir o rombo nas contas do governo, o presidente interino Michel Temer, disse à Folha que vai estudar a privatização dos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).
Congonhas e Santos Dumont têm a rota mais movimentada do país, a ponte aérea Rio-São Paulo. A inclusão dos dois na lista de privatizações é uma mudança importante no pacote de concessões que está sendo montado pelo governo interino. Inicialmente, a ideia era vender só quatros unidades neste ano – Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza – o que renderia, no mínimo, R$ 4,1 bilhões de receita.
Já foram concedidos à iniciativa privada seis aeroportos, responsáveis por 45% do fluxo de passageiros do país.
Inflação na China fica abaixo do esperado
A inflação ao consumidor na China, cresceu no ritmo mais lento desde janeiro, enquanto os preços ao produtor seguiram em queda, reforçando tese de economistas de que novas medidas de estímulo pelo governo podem ser necessárias para apoiar a economia.
O índice de preços ao consumidor (CPI), subiu 1,9% em junho sobre um ano antes, ante aumento de 2% em maio, afirmou a agência nacional de estatísticas neste domingo. Analistas esperavam uma alta de 1,8%, segundo pesquisa da Reuters.
A inflação ao consumidor na China continuou baixa, em comparação com a meta oficial de cerca de 3% este ano, indicando uma demanda persistentemente fraca na segunda maior economia do mundo.
Os preços dos alimentos subiram 4,6% em junho, ante 5,9% no mês anterior. Os preços de não-alimentos subiram 1,2% ante ganho de 1,1% em maio.
Mercado financeiro
Após a definição da meta fiscal para 2017, os olhos do mercado deverão se voltar para os possíveis cortes no orçamento, definições de privatizações e indicações de elevação nos impostos. A meta em si foi bem recebida por boa parte do mercado, ainda assim as questões políticas envolvendo integrantes do governo podem comprometer o ritmo do governo e consequentemente a economia.
O Ibovespa, principal benchmark da Bolsa de Valores de São Paulo, opera as 10h50 em alta de 1,721% com 53.139 pontos, acompanhada pelo dólar que sobe +0,03%, negociado a R$ 3,29.
Foto: Elza Fiuza/ Agência Brasil / Fotos Públicas