Madri e Buenos Aires trocaram farpas neste sábado, após o ministro espanhol dos Transportes, Óscar Puente, sugerir que o presidente da Argentina, Javier Milei, era usuário de drogas.
Durante um painel de discussão em Salamanca na sexta-feira, Puente sugeriu que Milei ingeriu “substâncias” durante a campanha eleitoral do ano passado.
“Por exemplo, Milei, Trump… não sei se têm assessores”, disse o ministro dos Transportes. “Claro, Milei, se ele tem conselheiros, acho que ele não escuta muito”, continuou Puente.
“Vi Milei na TV e não sei em que estado, se antes ou após ingerir quais substâncias. Achei que era impossível ele ganhar as eleições e que ele havia cavado a própria cova”, disse Puente em um debate sobre redes sociais, diante de alunos, em um evento organizado pelo PSOE de Castela e Leão, que celebra a sua III Escola de Governo em Salamanca.
Veja o trecho em que Puente cita Milei
O gabinete de Milei emitiu uma declaração neste sábado condenando os comentários e atacando o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Acusou Sánchez de “colocar em risco as mulheres espanholas ao permitir a imigração ilegal”, prejudicar a integridade da Espanha ao fazer acordos com separatistas e disse que suas políticas trouxeram “morte e pobreza”.
Isso provocou uma resposta do Ministério de Relações Exteriores da Espanha, que afirmou que os termos usados no comunicado argentino “não correspondem às relações entre dois países e povos irmãos”.
Após a eleição de Milei, um populista de direita que assumiu o poder em dezembro, as relações entre a Argentina e a Espanha, governada por uma coalizão de esquerda liderada pelo Partido Socialista de Sánchez, esfriaram significativamente.
Milei foi publicamente apoiado pelo partido espanhol anti-imigração de extrema-direita Vox.