Ministros de toda a União Europeia afirmaram nesta quinta-feira que os Estados membros devem fazer uma melhor triagem dos imigrantes e dos solicitantes de asilo e expulsar mais rapidamente aqueles considerados um risco à segurança, depois que ataques islâmicos destacaram as dificuldades persistentes.
Os ministros do Interior e da Justiça se reuniram nesta quinta-feira em Luxemburgo para discutir as medidas a serem tomadas após os ataques mortais em Bruxelas e na França, em um momento de maiores preocupações com a segurança ligadas ao conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas.
“É importante que os indivíduos que possam causar uma ameaça à segurança de nossos cidadãos sejam devolvidos à força, imediatamente”, disse a comissária de migração da UE, Ylva Johansson, aos repórteres antes da reunião.
“Precisamos ser mais eficientes, fechar as brechas e ser mais rápidos nas decisões de devolução.”
O atirador tunisiano de 45 anos que matou dois torcedores de futebol suecos na capital belga na segunda-feira estava em situação ilegal no país depois que seu pedido de asilo foi negado.
O homem chegou à UE pela ilha italiana de Lampedusa em 2011 e também morou na Suécia. Ele foi morto a tiros pela polícia belga.
Já o islamita russo de 20 anos acusado de esfaquear até a morte um professor no norte da França na sexta-feira, era conhecido antes do ataque como um possível risco de segurança, mas não poderia ter sido expulso de acordo com a legislação atual, disse a França.
“Percebemos que ainda há um pouco de ingenuidade nas instituições de alguns países ou na UE”, disse o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, ao chegar para a reunião da UE, pedindo a rápida implementação das tão discutidas regras de imigração do bloco e decisões mais rápidas sobre os pedidos de asilo.
Os defensores dessa revisão iminente das políticas de imigração da UE – que deverá ser finalizada neste ano – afirmam que ela melhoraria a situação, inclusive facilitando repatriações mais rápidas de estrangeiros com antecedentes criminais.
Apenas cerca de 20% das pessoas cujos casos de asilo são reprovados na Europa são de fato mandadas embora.
A reunião de quinta-feira também será a primeira oportunidade de os ministros trocarem opiniões pessoalmente desde o ataque de 7 de outubro do Hamas, ao qual Israel tem respondido com bombardeios em Gaza.