A Moderna anunciou nesta quarta-feira que está reduzindo a fabricação de sua vacina contra a Covid-19, cuja versão atualizada foi aprovada esta semana pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos, para se alinhar com a menor demanda pós-pandemia e ajudar a empresa a atingir mais cedo sua meta de crescimento da margem bruta de 75% a 80%.
A Moderna está em negociações com seus parceiros de vacinas contra a Covid baseadas em RNA mensageiro em todo o mundo para reduzir a produção, disse Stephen Hoge, presidente da empresa sediada em Massachusetts, em uma entrevista.
A redução, acrescentou Hoge, ajudará a Moderna a se ajustar à fase endêmica da doença, o que levou à queda da demanda por vacinas contra a Covid-19.
A Moderna previu em agosto que a demanda dos EUA pela vacina chegaria a 50 a 100 milhões de doses na temporada de outono. Cerca de 153,8 milhões de vacinas contra a Covid foram administradas nos Estados Unidos em 2022, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
“Nos últimos dois anos, estivemos em modo pandêmico, produzindo um bilhão de doses por ano”, disse Hoge. “Esperamos o momento em que a pandemia estivesse oficialmente superada e precisássemos reestruturar a área de produção.”
Após a autorização da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA na segunda-feira, a Moderna disse que começaria a enviar doses da vacina contra a Covid pelos Estados Unidos.
A empresa tem acordos para fornecer sua vacina contra Covid a outros países, incluindo Reino Unido, Canadá e Japão, mas ainda não tem um acordo com a União Europeia, de acordo com Hoge, que também disse que a Covid era o foco do acordo de fabricação da Moderna com a China.
Hoge afirmou que, embora a Moderna esteja trabalhando urgentemente na redução da produção da Covid, as negociações com fabricantes terceirizadas – que ajudarão a produzir as próximas vacinas contra vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza que os investidores esperam que comecem a substituir a receita decrescente da Moderna com a Covid – podem se estender até o próximo ano.
“Esses são relacionamentos de que precisaremos nas próximas décadas”, disse Hoge.
A Moderna não quis identificar os parceiros, mas já havia dito anteriormente que incluem Thermo Fisher, Sanofi e Catalent.