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Movida dispara 16% após “show” em resultado; Localiza sobe 7%

Empresa diminuiu as preocupações dos investidores sobre a saúde do mercado de carros usados com um balanço que surpreendeu os analistas

por Gustavo Kahil
Movida

As ações da Localiza (RENT3) disparam 7% acompanhando o desempenho espetacular dos papeis da Movida (MOVI3), que sobem 16% após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024.

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Os números da locadora de automóveis ficaram muito acima das expectativas do mercado, impulsionados pelo bom desempenho no segmento de locação, refletido na expansão de receita e na forte margem Ebitda no segmento, e por um volume de venda de carros maior do que o esperado.

A margem Ebitda foi de 1,4%, retornando a níveis mais normais após um período de ajustes e o lucro líquido ajustado foi de R$ 80,1 milhões, revertendo o prejuízo do ano anterior. Este resultado desconsidera os efeitos negativos de itens não recorrentes, como o impacto da catástrofe climática no Rio Grande do Sul e ajustes relacionados a operações financeiras.

“Esse bom desempenho em locação, ajudou a compensar a queda de margem bruta de seminovos e fez com que a Movida superasse nosso lucro”, avalia o analista da Genial Investimentos, Ygor Bastos. A menor depreciação na venda dos carros é justamente um ponto visto como crucial para a melhora do balanço da concorrente Localiza. Ela divulga os seus números na próxima terça-feira (13), após o fechamento dos mercados.

A depreciação anualizada por carro no segmento RAC (aluguel) ficou estável no trimestre e 17% maior para GTF (gestão de frotas). A expectativa de recuperação dos preços dos carros usados no Brasil, que deve sustentar a taxa de depreciação do RAC em 8% a 9% é um dos motivos que sustentam a recomendação de compra do Bradesco BBI, segundo os analistas Victor Mizusaki, José Ricardo Rosalen, Gustavo Schroden e Renato Chanes.

Além disso, eles indicam que a Movida está “caminhando para atingir uma meta de spread do RoIC de 4 a 7 pontos percentuais”.

Movida está no caminho certo

A receita da divisão de seminovos, de R$ 1,828 bilhão, foi impulsionada pelo crescimento de 48,6% nas vendas de veículos em relação ao ano passado, que atingiu 28 mil no trimestre. A margem Ebitda ficou positiva em 1,4% mostrando acerto na depreciação dos ativos e um mix adequado, avalia a EQI Investimentos.

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“A Movida ampliou a eficiência das lojas vendendo 41 carros/loja/mês, com menor desconto frente à tabela FIPE. O objetivo do ano no segmento era de aumentar as vendas no varejo para uma média de 34 carros por loja por mês, o que representaria um aumento de 21% frente à média de 2023, e reduzir o desconto praticado frente à tabela FIPE para 5,5% no varejo e 16,5% no atacado, já tendo alcançado 5,1% no varejo e 15,3% no atacado”, pontua o analista Luis Fernando Moran de Oliveira.

Segundo o analista Fernando Sequeira, da Guide Investimentos, a empresa vem melhorando aos poucos os resultados, após uma sequência de períodos difíceis. “Com a normalização do preço dos seminovos, foco em aumentar participação da gestão de frotas no resultado, e melhora operacional no aluguel de automóveis, a Movida está voltando ao caminho do crescimento nos próximos trimestres”, indica.

O BTG Pactual, contudo, lembra que nem tudo são flores.

Os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello, entendem que o mercado avaliará, no futuro, a gestão de passivos, levando à redução de risco de crédito, a normalização do mercado automotivo, especialmente na precificação de carros usados, as mudanças nas taxas de juros, dado o negócio intensivo em capital e a qualidade dos lucros e ROIC.

“Continuamos compradores, embora reconheçamos que o aumento da alavancagem e a falta de visibilidade no mercado de carros usados são pontos de atenção importantes”, ressaltam.

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