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Mubadala aposta em etanol, não em açúcar, em novo investimento em cana no Brasil

A Mubadala, que já entrou no negócio de refino de petróleo no Brasil em 2021 e está investindo em combustíveis renováveis, desistiu anteriormente

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: REUTERS/Marcelo Texeira)

O fundo de investimento de Abu Dhabi, Mubadala Capital, tomará uma direção oposta à maioria de seus pares no setor sucroalcooleiro brasileiro, no qual planeja entrar no início do próximo ano, apostando na expansão da produção do biocombustível e olhando apenas marginalmente para o açúcar.

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Bruno Serapião, CEO da Atvos, uma das maiores processadoras de cana-de-açúcar do país, disse à Reuters na quarta-feira que um acordo do braço de gestão de ativos do investidor dos Emirados Árabes Unidos, para adquirir uma participação de 31,5% na Atvos, deve acontecer ainda este ano ou no início do ano que vem.

A Mubadala pagará 500 milhões de reais quando a Atvos brasileira deixar o processo de recuperação judicial, disse Serapião.

A Mubadala, que já entrou no negócio de refino de petróleo no Brasil em 2021 e está investindo em combustíveis renováveis, desistiu anteriormente de uma concorrência pela joint venture de etanol BP Bunge Bioenergia, a terceira maior processadora de cana-de-açúcar do mundo.

Várias empresas de açúcar e etanol no Brasil estão expandindo a capacidade de produção de açúcar, buscando lucrar com os preços historicamente altos do adoçante. Os preços são altos devido à menor produção em alguns países. Um segundo déficit de oferta global é esperado em 2023/24.

Serapião, no entanto, disse que a Atvos está buscando aumentar a produção de etanol, possivelmente adicionando milho como matéria-prima, já que a maioria de suas usinas está localizada no principal cinturão de grãos do Brasil.

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O CEO disse que os altos preços atuais do açúcar não são sustentáveis, e o etanol oferece melhores perspectivas ao longo do tempo devido à perspectiva de que a maioria das economias emergentes usará o biocombustível como forma de reduzir as emissões.

“Países abaixo da linha do Equador tendem a usar biocombustíveis porque há limitações nas redes elétricas para a adoção de veículos elétricos”, afirmou. “É bom ter um carro elétrico em São Paulo, mas se você for 200 km para o interior, dificilmente encontrará um posto de recarga.”

As usinas da Atvos estão equipadas para produzir mais combustível do que açúcar. Apenas duas de suas oito unidades podem produzir o adoçante. Utiliza 85% de sua cana-de-açúcar para etanol. Sete das plantas estão localizadas em importantes Estados produtores de milho.

Serapião disse que a reorganização em curso, com a Mubadala assumindo o controle e os bancos concordando com um corte de 50% na dívida, bem como a extensão prazos até 2043, vai permitir à empresa se recuperar e retomar os investimentos.

Ele disse que a meta é aumentar a utilização da capacidade. A empresa moeu apenas 22 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2022/23, de uma capacidade instalada total de 30 milhões de toneladas.

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