A rede social X, antigo Twitter, anunciou neste sábado que vai “encerrar as operações no Brasil, com efeito imediato”. Contudo, o serviço da plataforma seguirá disponível no País.
Em post publicado na própria rede social, a X afirma que a decisão ocorre para “proteger a segurança da equipe”. Segundo a companhia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria ameaçado multar e prender o responsável pelo escritório no Brasil, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, por descumprimento de decisões judiciais.
O dono do X, Elon Musk, disse que, devido às exigências da Justiça “que nos obrigaria a violar (em segredo) as leis brasileiras, argentinas, americanas e internacionais, 𝕏 não tem escolha a não ser fechar nossas operações locais no Brasil. Ele é uma vergonha total para a justiça”, afirmou.
A rede social critica Moraes, afirmando que “suas ações são incompatíveis com um governo democrático”. Acrescenta também que “o povo brasileiro tem uma escolha a fazer – democracia ou Alexandre de Moraes”.
De acordo com o X, apesar de os inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e da equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo da plataforma, Moraes optou por ameaçar a equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal.
Moraes sob escrutínio
Mensagens reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo mostraram que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes usou assessores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para produzir relatórios contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após a divulgação das conversas, o ministro está sendo acusado de misturar a atuação de julgador com a de investigador do inquérito das fake news e o das milícias digitais.
As conversas foram reveladas pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira, 13. O jornal teve acesso a diálogos que mostram o setor de combate à desinformação do TSE sendo utilizado como um braço investigativo do gabinete do ministro entre agosto de 2022 e março de 2023.
(Com Estadão Conteúdo)