Não há “urgência” no momento para que o Federal Reserve reduza a taxa básica de juros, dada a força da economia dos Estados Unidos e a necessidade de ter certeza de que a inflação retornará à meta de 2% do banco central norte-americano, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, nesta terça-feira.
A inflação “vai cair de forma relativamente lenta nos próximos seis meses, o que significa que não haverá urgência para começarmos a abandonar nossa postura restritiva”, disse Bostic, em comentários ao Harvard Business School Club de Atlanta.
Bostic repetiu que espera dois cortes de 0,25 ponto percentual na taxa básica provavelmente no segundo semestre do ano, mas enfatizou que, enquanto isso, a inflação continua muito alta e a trajetória da política monetária do Fed depende de sua contínua desaceleração.
“A economia está muito mais forte do que eu poderia imaginar há 12 meses, e sou muito grato por isso”, disse Bostic, citando uma taxa de desemprego que permaneceu abaixo de 4% durante o período em que o Fed aumentou os custos de empréstimos em 5,25 pontos percentuais para conter a inflação.
“A inflação ainda está muito alta… Portanto, temos que continuar trabalhando para que a inflação volte ao nível de 2%” que o banco central norte-americano tem como meta, afirmou Bostic. A inflação pelo índice de preços preferencial do Fed, o índice PCE, foi de 3% em outubro, em uma base anual, embora em horizontes curtos de três e seis meses ela esteja apenas em torno de 2,5%.
A taxa referencial do Fed precisará ser reduzida com antecedência suficiente para que a inflação retorne à meta, de modo que a economia possa “entrar nos 2%” e não sofra um golpe desnecessário em termos de aumento do desemprego, disse Bostic.