Home Economia e Política “Não haverá impedimento da burocracia”, diz Lula sobre reconstrução do RS

“Não haverá impedimento da burocracia”, diz Lula sobre reconstrução do RS

No sábado, Leite afirmou que será necessário uma espécie de "Plano Marshall" para reconstruir o RS após as chuvas,

por Reuters
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Subiu para 78 o número de mortes causadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul (RS) desde o início da última semana e ainda existem 105 pessoas desaparecidas, informou a Defesa Civil estadual no início da noite deste domingo.

Em reunião com autoridades locais e federais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou ao governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), que a burocracia da máquina pública não impedirá a chegada de recursos para reconstrução do Estado.

“Não haverá impedimento da burocracia para que a gente recupere a grandiosidade deste Estado”, disse Lula dirigindo-se a Leite.

O presidente visitou o Estado pela segunda vez em poucos dias acompanhado de ministros e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, além do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

Em suas falas na reunião, Lira e Pacheco prometeram que, já na segunda-feira, trabalharão em medidas legislativas para garantir a chegada de recursos ao Rio Grande do Sul, ao passo que Dantas assegurou que a corte de contas terá sensibilidade em entender o momento excepcional do Estado, que passa pela pior tragédia climática de sua história, ao fiscalizar o envio de recursos.

Pessoas são resgatadas de enchentes em Canoas, no Rio Grande do Sul
Pessoas são resgatadas de enchentes em Canoas, no Rio Grande do Sul (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

RS: Cenário de guerra

Leite, por sua vez, voltou a afirmar que o número de mortos pelas chuvas no Estado deve aumentar e classificou como “cenário de guerra” o momento vivido pelo Rio Grande do Sul. Ele também reiterou a necessidade de medidas excepcionais de “pós-guerra” para reconstruir o Estado.

Porto Alegre, capital do Estado, lidava com níveis recordes do Rio Guaíba além de ruas alagadas e falta de água e energia elétrica. Os trabalhos de busca de pessoas ilhadas em telhados de casas eram feitos por integrantes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e das Forças Armadas, além de voluntários com barcos, botes, caiaques e jet skis.

As chuvas provocaram cheias em rios em várias regiões do Estado, além da destruição de estradas e pontes. Afetaram ainda os serviços de fornecimento de água, energia elétrica e de serviços de telefonia para centenas de milhares de pessoas. Também deixaram mais de 115 mil desalojados e afetaram, até o momento, mais de 844 mil pessoas em mais de dois terços dos 497 municípios do Estado, segundo a Defesa Civil.

Choveu neste domingo em algumas regiões do Estado, o que deve atrapalhar os esforços de resgate em locais isolados ou de difícil acesso. Além dos desaparecidos, as autoridades ainda investigam se quatro mortes registradas no Estado têm relação com as chuvas.

Em Canoas (RS), região metropolitana de Porto Alegre, um dos municípios mais afetados pela tragédia, voluntários resgataram Júlio Manichesque, de 76 anos, do telhado da casa onde morava há 52 anos.

“Eu nunca vi tanta água assim”, disse ele à Reuters ao ser resgatado.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o número de pessoas resgatadas já passou da casa de 20 mil pessoas. Ele alertou que as cheias dos rios devem durar por mais alguns dias, mesmo que a quantidade de chuva diminua, já que levará tempo para as águas retrocederem.

Plano Marshall

No sábado, Leite afirmou que será necessário uma espécie de “Plano Marshall” para reconstruir o RS após as chuvas, em referência ao plano patrocinado pelos Estados Unidos para reconstruir a Europa devastada após a Segunda Guerra Mundial.

Também neste domingo, em discurso a uma multidão de fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco prometeu rezar pela população gaúcha e pediu a Deus que confortes os mortos e os desalojadas.

No sábado, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) adiou as partidas que o Grêmio e o Internacional, os dois principais times do Estado, teriam na Copa Libertadores e na Copa Sul-Americana respectivamente nos próximos dias. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já havia adiado todas as partidas envolvendo equipes gaúchas nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro.

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