Home MercadosAções Nem a pandemia afastou mais o estrangeiro da B3 do que em 2024

Nem a pandemia afastou mais o estrangeiro da B3 do que em 2024

O mercado de ações foi pego por uma combinação nada favorável de dólar alto, tensões geopolíticas globais, retomada da alta da Selic

por Quantum Finance
3 min leitura
B3, Ibovespa

A fuga de capital na B3 (B3SA3) chegou principalmente pelos investidores estrangeiros em 2024. 

A bolsa brasileira fechou o ano com um desempenho bem fraco. O Ibovespa (IBOV), principal índice, chegou a renovar máximas históricas, mas o rali durou pouco. 

Incertezas fiscais pressionaram o mercado, empurrando o Ibovespa para uma queda de mais de 10% em 2024. Trata-se da maior queda anual do índice desde 2021.

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O mercado de ações foi pego por uma combinação nada favorável de dólar alto, tensões geopolíticas globais, retomada da alta da Selic e incertezas com as contas públicas no Brasil.

Dessa forma, o interesse por ativos de risco domésticos diminuiu de maneira gradativa, especialmente nos últimos meses do ano. 

Da parte dos investidores estrangeiros, o fluxo de saídas na B3 superou os R$ 20 bilhões.

Estrangeiros na B3: saídas de R$ 24,19 bilhões

Dezembro foi um mês de recuperação do fluxo estrangeiro na bolsa brasileira.

Apesar disso, o saldo de investimento estrangeiro, considerando IPOs e follow-ons, atingiu volume negativo de R$ 24,19 bilhões nos 12 meses de 2024. 

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A fuga de capital teve seu pico mesmo em abril, com as vendas superando as compras em R$ 11,09 bilhões.

Em 2024, o fluxo estrangeiro só marcou quatro meses de saldo positivo. 

Veja:

Quantum
(Imagem: Quantum Finance/B3)

Pior ano desde início de série

Com o volume negativo em 2024, o fluxo de investimento vindo do exterior quebrou a sequência de entrada de capital dos últimos quatro anos. 

O resultado também é o pior desde 2016, quando a B3 passou a disponibilizar dados da série. 

Até então o desempenho mais fraco tinha sido em 2019, quando as saídas totalizaram R$ 6,49 bilhões. 

Quantum
(Imagem: Quantum Finance/B3)

O peso da participação dos estrangeiros na bolsa

Investidores estrangeiros representam com folga a maior parcela de participação no mercado de investimentos no Brasil. 

Desde 2021, a representatividade desse grupo é superior a 50% de toda a participação dos investidores na bolsa brasileira. 

Em 2024, o percentual representado pelos investidores estrangeiros é de 55,80%. 

Enquanto isso, investidores pessoas físicas e institucionais têm perdido espaço, chegando aos atuais 13,30% e 26,40% em representatividade, respectivamente, do quadro de participantes.

AnoPessoas Físicas**InstitucionaisEstrangeiroInstituições FinanceirasOutros***
201918,20%31,50%45,00%4,60%0,80%
202021,40%27,20%46,60%4,00%0,90%
202119,00%25,00%50,50%4,30%1,20%
202214,90%25,70%54,90%3,70%0,90%
202313,80%27,10%54,70%3,60%0,80%
202413,30%26,40%55,80%3,80%0,80%
Fonte: Quantum Finance/B3 

Obs.: Considerada a soma do volume de compra e venda.

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