A Neoenergia (NEOE3) anunciou a venda de sua participação de 70% na hidrelétrica Baixo Iguaçu, localizada no Paraná, por um valor empresarial de R$ 1,43 bilhão. Segundo os analistas Daniel Travitzky, Carolina Carneiro e Mario Wobeto Daniel Travitzky, do Safra, a transação é vista como “positiva”, uma vez que os termos superam as estimativas iniciais. A operação está alinhada à estratégia de rotação de ativos da companhia, focada em otimização de portfólio e geração de valor.
A recomendação do Safra é outperform, com preço-alvo de R$ 30,90. O valor sugere um potencial de valorização de 66%.
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O preço de venda foi avaliado em R$ 5,8 milhões por MW, com um múltiplo EV/Ebitda de 11,0x, acima das projeções dos analistas, que estimavam R$ 3,6 milhões por MW e um EV/Ebitda de 8,2x. Além disso, a conclusão do negócio depende da aprovação da Copel G&T (CPLE3; CPLE6), que detém os 30% restantes da usina e possui direito de preferência na aquisição. O impacto financeiro inclui uma redução marginal na alavancagem da Neoenergia, além de um aumento no preço-alvo das ações.
Os analistas destacam que a transação adicionará R$ 0,32 ao preço-alvo das ações da Neoenergia, reforçando a visão positiva sobre a companhia. “Vemos a Neoenergia atualmente negociada a R$ 4,4 milhões por MW”, afirmam, ressaltando a atratividade da avaliação descontada e uma taxa interna de retorno (IRR) implícita de 15%. Com isso, a venda reforça a posição estratégica da empresa no mercado de energia.
A análise aponta que o valor de R$ 1,43 bilhão representa 4,4% do valor de mercado da Neoenergia. Os analistas explicam que “este múltiplo reflete uma valorização superior às nossas expectativas”. A diferença entre o valor estimado pela equipe do Safra (R$ 893 milhões) e o preço final demonstra a eficiência da negociação, beneficiando os acionistas.
A redução da alavancagem é outro ponto relevante. “A transação reduzirá a alavancagem da Neoenergia em 0,1 vez, saindo de 3,43 vezes para aproximadamente 3,33 vezes no índice dívida líquida/Ebitda”, detalham os analistas. Essa melhoria, embora modesta, contribui para a saúde financeira da empresa e pode atrair investidores interessados em maior estabilidade.
O direito de preferência da Copel G&T é um fator crítico para a conclusão do negócio. Como destacado pelos analistas, “a aprovação da Copel é necessária, já que a empresa possui 30% da usina e direito de primeira recusa”. Esse cenário cria incertezas, mas não compromete significativamente as perspectivas positivas da operação para a Neoenergia.
O Safra mantém uma visão otimista sobre a Neoenergia, enfatizando a “avaliação descontada e o IRR implícito de 15%”. Para os analistas, esses indicadores reforçam o potencial de valorização das ações no médio prazo. A venda de Baixo Iguaçu é vista como parte de um plano maior de desinvestimentos estratégicos.
Por fim, a operação consolida a estratégia de rotação de ativos da Neoenergia. “Este movimento faz parte de um esforço contínuo para otimizar o portfólio e gerar valor para os acionistas”, concluem os analistas. A venda não apenas fortalece o caixa da empresa, mas também posiciona a Neoenergia para novos investimentos em energias renováveis e outros segmentos prioritários.