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No longo prazo, todos seremos (podemos ser) milionários

por Conrado Navarro
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No longo prazo, todos seremos (podemos ser) milionáriosMárcia comenta: “Navarro, sou jovem, tenho 25 anos e sempre ouvi de meus pais que é importante começar a poupar ainda jovem. Minha família sempre faz questão de mostrar como as coisas poderiam ser diferentes se o hábito de investir estivesse mais presente em nosso dia a dia. Seria legal contar com sua opinião sobre isso, se possível mostrando alguns cálculos e simulações. Investir desde cedo é mesmo importante? Como o fator tempo influencia nosso dinheiro no longo prazo? Obrigada”.

Você já deve ter ouvido ou lido em algum lugar a frase “a longo prazo, todos estaremos mortos”, proferida pelo tão falado economista John Maynard Keynes. A afirmação é assustadoramente real, mas tomei a liberdade de adaptá-la para a realidade dos investimentos no tempo: no longo prazo, todos seremos milionários. É verdade que não é assim tão simples, nem fácil. Assim, tentarei explicar melhor essa ideia.

A situação
Suponha que você, com 25 anos, deseja aposentar-se aos 65 anos. E quer, quando este dia chegar, acumular um bom patrimônio para não ter que depender do trabalho ou da família para manter seu padrão de vida. Agora pense em um pai de família, com 45 anos, que também tem o mesmo objetivo: parar de trabalhar aos 65 anos e curtir mais a família e o tempo livre. Seu horizonte de investimento é de 40 anos, enquanto o dele é de 20 anos. Pergunto: qual dos dois tem que poupar e investir mais para garantir a desejada tranquilidade? “Depende”, você vai dizer. Vejamos.

A matemática financeira
Vamos usar números redondos para facilitar o cálculo, afinal o que interessa aqui é o conceito e a inteligência financeira a ser desenvolvida e valorizada. Ambos, você e o pai de família, decidem poupar R$ 1.000,00 por mês e investir esse dinheiro de forma a garantir rentabilidade líquida de 0,5%. Como já abordamos em outros artigos sobre juros compostos, essa diferença de 20 anos a mais de poupança fará subir muito o patrimônio acumulado aos 65 anos: R$ 2 milhões no seu caso (investindo por 40 anos) e R$ 460 mil para o pai de família (investindo por 20 anos).

A importância de começar cedo
Que o montante acumulado por quem investe antes cresce mais, isso é o princípio básico dos juros compostos. O interessante é notar quanto essa lógica influencia no futuro. Repare: se você poupar e investir estes R$ 1.000,00 dos 25 aos 35 anos e depois parar de fazer os aportes – deixando o capital acumulado até ali (R$ 164 mil) rendendo os mesmos 0,5% ao mês -, você terá, aos 65 anos, R$ 1 milhão. Ou seja, você investirá por metade do tempo do pai de família (10 anos contra 20 anos) e atingirá o dobro do patrimônio no final do período desejado (R$ 1 milhão contra R$ 460 mil). Investir cedo começa a fazer mais sentido, não acha?

O problema
Ora, quem está disposto a deixar de comprar isso ou aquilo, supérfluo e desejos de consumo, para então economizar e investir? Quem quer aprender mais sobre as alternativas de investimentos, ler sobre finanças e economia e realizar reuniões periódicas com os familiares para tomar melhores decisões econômicas? Quem quer viver um padrão de vida sabidamente sustentável, amparado por um orçamento doméstico detalhado e sob controle?

Todo o texto foi baseado na ideia de que você é uma pessoa responsável, adulta e inteligente o suficiente para considerar o planejamento futuro uma ação importante a ser tomada no presente. Os valores usados podem ser alterados e simulados através das planilhas de juros compostos disponíveis em nossa seção de downloads, sendo apenas uma referência para os cálculos.

As desculpas para fugir da raia
Levar a discussão para “ah, guardar R$ 1.000,00 por mês é impossível nesse país”, “rentabilidade de 0,5% líquida é algo muito difícil” ou ainda “se todo mundo resolver poupar e deixar de consumir a economia vai parar blábláblá” só significa que você não levou a sério o que leu aqui. Desviar o foco da questão principal para justificar sua decisão errada de não investir no seu futuro só fará piorar sua própria realidade familiar.

Se você é do tipo “carpe diem“, provavelmente só se dará conta disso tudo quando começar a envelhecer e depender dos outros (ou do trabalho) para sustentar seu padrão de vida – situação de 99% dos brasileiros aposentados, segundo o IBGE. Infelizmente.

É claro que você poderá morrer antes disso. Quem sabe? Ou poderá ser tarde demais para economizar e investir, é verdade. Quem se importa, não é mesmo? Enfim, só sei que, ainda que estatisticamente, o futuro chega. A expectativa de vida aumenta, os aposentados sofrem e os jovens deixam passar oportunidades de ouro de repensar tudo isso. Hora de fazer alguma coisa, não?

Foto de sxc.hu.

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