A XP Investimentos avalia que o Termo de Arrolamento de R$ 1,265 bilhão emitido pela Receita Federal no domingo não impede a venda de qualquer ativo da Assaí (ASAI3) e visa apenas permitir que o órgão fiscal monitore transações futuras.
A varejista informou ontem que o Fisco notificou a empresa sobre contingências tributárias do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) anteriores à cisão das empresas, ocorrida em 2020.
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Assinado pelas analistas Daniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, o relatório explica que foi envolvida no processo por ser uma parte relacionada ao GPA, apesar da separação administrativa e operacional entre as duas companhias desde a cisão.
A XP enfatiza que não existe solidariedade entre as partes em relação aos passivos gerados antes de 2020.
Entre as principais conclusões, as analistas apontam que não são esperados impactos imediatos no caixa ou no balanço da Assaí. O aviso da Receita Federal não exige provisões ou depósitos imediatos, o que afasta, por ora, preocupações sobre impactos financeiros de curto prazo.
Efeitos em novas emissões do Assaí
Além disso, a XP esclarece que o processo de desalavancagem da Assaí não deve ser afetado, visto que o aviso não impede a venda de ativos nem interfere nos covenants das dívidas da companhia. Entretanto, há a possibilidade de um aumento nos custos de novas emissões de dívida, dada a percepção de risco que pode se intensificar entre os investidores.
Outro ponto importante levantado pela XP é que o arrolamento não está relacionado às conversões dos hipermercados Extra, que também envolvem questões trabalhistas, mas sim a contingências tributárias acumuladas pelo GPA antes da cisão. O GPA, por sua vez, reforçou que já provisionou todos os passivos pertinentes e que permanece responsável por qualquer perda resultante desse processo.
Embora a notícia possa gerar volatilidade no curto prazo, a XP mantém a recomendação de compra para a ação da Assaí. A corretora acredita que a empresa possui argumentos sólidos para se defender e que o GPA já tomou as medidas necessárias para lidar com essas contingências.
A XP também destaca que não há datas ou eventos específicos relacionados a esse processo que devam ser monitorados no momento, já que as discussões continuam em fase administrativa. A expectativa é que as companhias colaborem para encontrar uma solução legal adequada.
A análise conclui que, apesar do impacto potencial na percepção de risco por parte do mercado, a Assaí não deve sofrer efeitos materiais em seu balanço ou fluxo de caixa devido a essa notificação.