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A nova Argentina de Macri e sua agenda de transformações

por Isabella Abreu
3 min leitura
A nova Argentina de Macri e sua agenda de transformações

A Argentina viveu uma onda de otimismo com a chegada de Mauricio Macri ao poder.  Sob sua presidência, a expectativa é que o país trilhe novos caminhos em sua política interna e externa.

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Segundo Márcio Coimbra, coordenador do MBA Relações Institucionais do Ibmec/DF, a eleição de Macri mostra que os argentinos estão exaustos da forma de governar que está presente no país há muitas décadas.

“Populismo, alimentado pelo clientelismo e assistencialismo foram a marca de muitos governos, mas em especial dos Kirchner. Os argentinos ansiavam por mudança”, avalia. O especialista afirma que o novo presidente traz “ideias arejadas” e que pode retirar os entraves criados pelo Estado para que a economia se desenvolva e o país volte a crescer.

O início de mandato já foi marcado por uma mudança radical em vários pilares que sustentaram a política econômica em 12 anos de kirchnerismo, indicando oposição aos excessos intervencionistas.

“Macri vem abraçando uma agenda mais liberalizante e inovadora, postulando uma Argentina mais interconectada com o século 21. Sua administração identifica nas reformas estruturais as bases para a reconstrução da Argentina como país moderno”, diz Marcos Troyjo, economista e cientista social.

Fim do controle cambial

Uma semana após tomar posse, Macri colocou fim ao controle cambial argentino que estava em vigor há 4 anos. Apelidado de “cepo”, o controle foi implementado pela ex-presidente Cristina Kirchner em meio à fuga de divisas.

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A medida inclui a unificação do valor do dólar – até então existiam pelo menos três cotações -, o fim dos controles para a compra da moeda americana e para as transferências de divisas de empresas para suas sedes no exterior, além da normalização dos pagamentos das importações.

Dessa forma, será possível acertar as dívidas com os exportadores brasileiros que ficaram sem receber, já que os importadores não tinham acesso a dólares para quitar os compromissos financeiros.

Taxas e cotas de exportação

O governo também aboliu taxas e cotas de exportação para a indústria e para os produtos agropecuários, mantendo apenas sobre a soja, reduzida de 35% para 30%. O intuito é recuperar as economias regionais e melhorar os incentivos à produção.

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Travas comerciais

Alvo de críticas constantes, as Djai (Declaração Jurada de Autorização à Importação), um procedimento para se vender no país, deixou de vigorar no último 31 de dezembro. Criadas em 2012, as Djai funcionam como uma barreira à entrada de importados no país, já que para entregar uma mercadoria na Argentina, o exportador tem que solicitar essa autorização e não há prazo para se obter a resposta, independente de qual seja.

O fim dessa burocracia fortalece o comércio e abre outras oportunidades em diversos setores, ampliando a oferta de emprego, aumentando a renda e estabilizando as relações econômicas.

Fundos abutre

Depois de Cristina Kirchner se negar a negociar com os fundos por considerar que tentavam extorquir o país para obter lucros excessivos por títulos que compraram a preços baixos após o default da Argentina em 2001 e 2002, Macri já mostrou vontade de solucionar o litígio.

O acordo entre o governo e os principais credores com os quais arrasta um conflito há 14 anos está prestes a ser fechado e pode ajudar na recuperação do acesso da Argentina ao mercado internacional de dívida.

Corte de funcionários

Desde o fim de dezembro, Macri vem reduzindo o número de postos de trabalho. Segundo ele, Cristina Kirchner inchou a máquina pública entre 2013 e 2015. Nos últimos dias de Cristina no poder, houve nomeação de centenas de servidores, que foram acusados pelo atual governo de serem funcionários “fantasmas”.

O novo presidente já determinou que ministérios, secretarias, autarquias e estatais revejam os concursos e processos seletivos de servidores temporários. A previsão é que até 24 mil contratos sejam cancelados.

Mercosul

Na estreia de Macri numa reunião de cúpula do Mercosul, o novo presidente cobrou a Venezuela a libertar os presos políticos do regime dirigido por Nicolás Maduro e pressionou o bloco a monitorar violações de direitos humanos.

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Foto: Anton Velikzhanin | Shutterstock

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