Em sua primeira reunião com analistas do mercado financeiro, Gustavo Pimenta, novo CEO da Vale (VALE3), apresentou os principais pontos da estratégia de longo prazo da companhia. O executivo enfatizou o compromisso em acelerar a criação de valor por meio de quatro pilares centrais: mitigar os riscos de crescimento de volume e melhorar a qualidade média do portfólio, implementar melhorias operacionais na divisão de metais básicos, reduzir custos e aumentar a eficiência, além de eliminar questões de curto prazo que impactam a empresa.
Segundo o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, entre os temas abordados, Pimenta destacou que a estratégia da Vale para o minério de ferro envolve focar na redução de riscos do crescimento de volume, enfrentando problemas de qualidade e aprimorando o desempenho de custos.
Ele mencionou o potencial dos projetos Vargem Grande, Capanema e S11D +20 como fundamentais para os próximos anos. A companhia mantém sua política de priorizar o valor sobre o volume, com foco em substituir produtos de alta sílica por outros de maior qualidade, o que pode aumentar a lucratividade.
Na divisão de metais básicos, Pimenta apontou o aumento de volume e a rentabilidade como prioridades, com o cobre sendo o principal foco de crescimento. A meta é elevar a produção de cobre para 500 mil toneladas anuais até 2028, com projetos como o Salobo 3.5 sendo destacados como promissores.
Eficiência com segurança operacional
Outro ponto crucial da reunião foi a busca por redução de custos, para diminuir o custo operacional para abaixo de US$ 20 por tonelada, frente aos atuais US$ 24,9/t registrados no segundo trimestre de 2024. Segundo Pimenta, a Vale se adaptou às restrições impostas após o desastre de Brumadinho e enxerga oportunidades de melhoria na eficiência sem comprometer a segurança operacional.
O novo CEO também se mostrou ativo na agenda institucional da empresa, buscando melhorar as relações com stakeholders, especialmente o governo. Um avanço importante citado foi a proximidade da assinatura do acordo de reassentamento de Samarco, esperado para o fim de outubro ou início de novembro.
Por fim, Pimenta comentou sobre a dinâmica de oferta e demanda de longo prazo no setor de mineração, observando que a indústria enfrenta um processo significativo de depleção, que deve atingir cerca de 400 milhões de toneladas até o final da década. Essa dinâmica, aliada à disciplina na alocação de capital, continuará sendo um dos pilares estratégicos da Vale.
O Itaú BBA ressaltou a clareza e a assertividade de Gustavo Pimenta ao traçar o caminho para desbloquear valor na companhia, reforçando a confiança na execução de sua visão de longo prazo para a Vale.