O Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para as ações do Nubank (NU; ROXO34), destacando que o declínio na rentabilidade da área de cartões de crédito não compromete o potencial de crescimento da empresa, com um preço-alvo de US$ 17 e um upside de 57,3%.
O relatório do Goldman Sachs aponta que a queda no Net Interest Margin (NIM) do Nubank no quarto trimestre de 2024 foi impulsionada por fatores externos, como a apreciação do dólar e o alargamento da curva de juros no Brasil. Apesar disso, os analistas acreditam que a margem líquida de juros deve se estabilizar ao longo de 2025, com uma recuperação gradual nos próximos trimestres.
A análise destaca que a mudança do Nubank para clientes de maior renda e empréstimos mais seguros, como consignados e FGTS, pode reduzir o risco de crédito e compensar parte da queda no NIM. Além disso, o crescimento sólido da receita e a alavancagem operacional devem impulsionar a lucratividade da empresa, com expectativa de aumento do ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) para 29,5% em 2025 e 32,5% em 2026.
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O Goldman Sachs também projeta um crescimento robusto do lucro líquido, com aumentos de 37% em 2025 e 54% em 2026, superando a média do setor financeiro no Brasil. A análise sugere que o Nubank está bem posicionado para continuar expandindo sua base de clientes e aumentando sua participação no mercado de crédito, especialmente no México e na Colômbia. A recomendação de compra para as ações foi reiterada, com um preço-alvo de US$ 17 e um potencial de valorização de 57,3%.
Visão do Itaú BBA
A avaliação do banco de investimentos americano contrasta com a levantada pelo Itaú BBA em um relatório recente.
Os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard destacam que o negócio de cartões de crédito do Nubank continua lucrativo, mas passa por ajustes significativos. “O NII pós-custo de risco dos cartões melhorou após 2023, impulsionado pelo aumento da carteira de produtos com juros, como o PIX financiado”, afirmam. No entanto, os analistas alertam que a margem líquida dos cartões deve se estabilizar em um patamar mais baixo em 2025, com a redução gradual do impacto do PIX financiado.
Enquanto os cartões mostram resiliência, o segmento de empréstimos pessoais, que tem sido um dos principais impulsionadores do crescimento recente do Nubank, pode desacelerar. “Esperamos que o produto precise desacelerar no futuro, influenciado por um ambiente macroeconômico mais fraco”, afirmam Leduc, Raffaelli e Barranjard. O Itaú BBA projetou um aumento no custo de risco e uma redução nos volumes de empréstimos pessoais para 2025.
“Antecipamos ventos contrários nos cartões e empréstimos pessoais”, afirmam.

Destaques do relatório do Goldman sobre o Nubank
• Fatores externos pressionaram o NIM, mas a tendência é de estabilização. O relatório aponta que a contração de 70 pontos base no NIM no quarto trimestre de 2024 foi parcialmente explicada pela apreciação do dólar e pelo alargamento da curva de juros. “Ajustando para o câmbio, estimamos que o NIM contraiu 40 pontos base”, afirmam os analistas. A expectativa é que o NIM se estabilize ao longo de 2025, com uma recuperação gradual.
• Mudança para clientes de maior renda reduz risco, mas impacta rentabilidade. O Nubank tem migrado para clientes de maior renda e empréstimos mais seguros, como consignados e FGTS, o que reduz o risco de crédito, mas também pressiona os rendimentos. “A mudança para clientes de menor risco e empréstimos garantidos pode ser positiva para o custo do risco”, destacam os analistas.
• PIX Financiamento representa 40% da receita de cartões de crédito. O relatório estima que o PIX Financing, modalidade de crédito com juros mais altos, representou cerca de 40% da receita de juros dos cartões de crédito no quarto trimestre de 2024. “Inferimos que o PIX Financing gerou cerca de R$ 2,1 bilhões em receita de juros no trimestre”, afirmam os analistas.
• Expansão no México e Colômbia deve impulsionar crescimento. O Nubank tem investido fortemente na expansão de suas operações no México e na Colômbia, onde o mercado de crédito ainda está em desenvolvimento. “Esperamos que o crescimento no México e na Colômbia contribua significativamente para o aumento da receita líquida de juros nos próximos anos”, destacam os analistas.
• Alavancagem operacional é um dos principais motores de lucratividade. O relatório destaca que o Nubank tem uma forte alavancagem operacional, o que deve continuar impulsionando a lucratividade da empresa. “Acreditamos que a alavancagem operacional pode ser o principal motor da lucratividade daqui para frente”, afirmam os analistas.
• ROE deve subir para 32,5% em 2026, acima da média do setor. O Goldman Sachs projeta que o ROE do Nubank aumentará gradualmente, atingindo 29,5% em 2025 e 32,5% em 2026, acima da média do setor financeiro no Brasil. “Esperamos que o ROE continue melhorando gradualmente, impulsionado pela redução do custo do risco e pelo aumento da eficiência operacional”, destacam os analistas.