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O Bitcoin tomou conta de Trump

— Em maio, Trump se tornou o primeiro candidato presidencial de um grande partido a aceitar doações em criptomoedas

por tixanews
3 min leitura
Musk e Donald trump

Era tudo uma farsa, um golpe, na opinião do então presidente Donald Trump sobre as criptomoedas. Mas nada como um tempo fora da presidência para dar um refresco. Agora Trump é bitcoin desde criancinha, darling.

Outro dia ele foi a um evento de bitcoin, com direito a bilionário de bitcoin mascarado na plateia (sim, eles fazem esse tipo de coisa, alegando segurança) e o candidato Trump prometeu mundos e fundos.

É o lobby do bitcoin tomando conta da campanha

“A mudança de atitude do Sr. Trump atesta um novo poder emergente na política americana: uma classe de empreendedores tecnológicos e capitalistas de risco que não se sentem confortáveis ​​com as regulamentações governamentais destinadas a proteger os consumidores americanos”, escreveu um editorial do Washington Post (que a propósito é controlado por Jeff Bezos, sim, aquele da Amazon).

Mas vamos por partes para entender esse rolê do mundo cripto em 3, 2, 1….

O que é uma criptomoeda?

A cripto mais famosa é o bitcoin, mas tem um monte de outras por aí. Tem a DodgeCoin, conhecida por ser um meme que disparou de preço quando o Elon Musk começou a falar dela o tempo todo. E tem até a TrumpCoin.

Mas num mundo tech, nada melhor do que pedir ajuda para a inteligência artificial para explicar as criptos, né? Pede ajuda ao Claude (que é tipo um ChatGPT).

Imagine que você está jogando um game online chamado “Caça ao Tesouro Digital”. Neste jogo:

1. Os tesouros são moedas mágicas que só existem dentro do jogo (como as criptomoedas no mundo digital).

2. Para encontrar essas moedas, você precisa resolver quebra-cabeças matemáticos supercomplicados (isso é fazer a “mineração” de criptomoedas).

3. Cada moeda tem um número de série único, gravado com tinta invisível mágica que ninguém consegue falsificar (isso representa a tecnologia blockchain).

4. Todos os jogadores têm um livro mágico que registra automaticamente todas as trocas de moedas (como o registro público das transações de criptomoedas).

5. Não existe um “chefão” do jogo controlando tudo. As regras são decididas por votação entre os jogadores (como a natureza descentralizada das criptomoedas).

6. Alguns jogadores ficam tão empolgados que começam a trocar coisas do mundo real por essas moedas do jogo (como pessoas usando criptomoedas para compras reais).

7. O valor das moedas sobe e desce como uma montanha-russa maluca, dependendo de quantas pessoas querem jogar (similar à volatilidade do mercado de criptomoedas).

A fortuna cripto de Trump

Sabe os vinhos e perfumes do Bolsonaro que ele começou a vender depois que virou nosso ex? Então, o Trump resolveu também fazer dinheiro com sua popularidade, mas no mundo cripto.

— Ele lançou uma edição do tênis Bitcoin laranja, de cano alto, chamado Trump Crypto President. O tênis custava US$ 499 e esgotou mais rápido que o foguete do Musk.

— Trump vendeu NFTs (Imagine uma figurinha super rara, mas digital. Você é o único dono, todo mundo sabe que é sua, e ninguém pode copiar) com fotos de desenho animado dele em trajes de super-heróis musculosos, ele na lua, em um traje de rock n’ roll todo de couro. Isso rendeu entre US$ 100.001 e US$ 1 milhão. (Fonte: formulário de divulgação financeira de Trump de 2022.)

— Reportagem da CBS diz que ele possuía um portfólio de criptomoedas no valor de quase US$ 8 milhões em 29 de julho, com base em pesquisa do grupo de rastreamento de dados de blockchain Arkham Intelligence.

— Existe uma TrumpCoin (apoiando a administração Trump e seus seguidores conservadores e patriotas).

Os bilionários criptos na campanha do Trump

— Em maio, Trump se tornou o primeiro candidato presidencial de um grande partido a aceitar doações em criptomoedas.

— O Fairshake, um super PAC pró-cripto, arrecadou mais de US$ 200 milhões para a campanha de Trump, segundo o Washington Post. (Não é o PAC da Dilma, nem do Lula, darling. O PAC nos estados unidos é a sigla de Political Action Committee, tipo um fundo que tem isenção de impostos e que reúne contribuições de campanha.)

— Elon Musk, mais do que fã das criptos, ajudou a fundar o America PAC e botou muita grana no fundo. O Wall Street Journal chegou a dizer que ele doaria 45 milhões de coletas por mês para o fundo. Mas isso ainda não foi confirmado.

— O America PAC também foi inundado com dinheiro de líderes do Vale do Silício, como o cofundador da Palantir, Joe Lonsdale, Douglas Leone da Sequoia Capital e os bilionários de criptomoedas Cameron e Tyler Winkelvoss.

— Os gêmeos Winklevoss contribuíram com milhões de dólares. Quem são esses gêmeos na fila do pão, Tixa? São grandes investidores em criptomoedas que lançaram a bolsa de criptomoedas Gemini.

— Marc Andreessen e Ben Horowitz, considerados talvez os maiores investidores em empresas de criptomoedas, ofereceram apoio aos PACs pró-Trump.

— Peter Thiel, um bilionário do Vale do Silício, ajudou a lançar a carreira política do JD Vance, que agora é o veep da chapa do Trump.

Lobby do bitcoin

Uma boa frase para resumir:

“Você tem o lobby agrícola, você tem o lobby de Israel, você tem o lobby do petróleo, você vai ter o lobby do bitcoin. Bem-vindo ao futuro.”

Alex Gladstein, coautor de “The Little Bitcoin Book: Why Bitcoin Matters for Your Freedom, Finances, and Future” e um dos palestrantes do Bitcoin 2024. (O tal do evento do mascarado em que Trump discursou.).

Por que essa galera está querendo Trump?

Porque ele está fazendo mil promessas.

— Trump disse que vai criar um conselho consultivo presidencial de cripto e bitcoin.

— Prometeu fazer da América uma “potência de mineração de bitcoin”.

— Prometeu criar um estoque estratégico de bitcoins com os US$ 5 bilhões que já estão no governo americano. (Esse dinheiro está lá por conta de apreensões feitas com hackers e no mercado negro da dark web chamado Silk Road.)

— “Quero garantir que os Estados Unidos sejam a capital das criptomoedas do planeta e a superpotência do bitcoin no mundo.”

— Prometeu demitir o presidente da SEC (a Comissão de Valores Mobiliários americana), Gary Gensler. Gensler defende que as negociações de bitcoin sigam as regras da venda de ações na bolsa de valores.

Como é que esse povo pode influenciar as eleições?

Esse povo é do mundo tech. O mundo tech pode fazer maravilhas para uma campanha.

— O Elon Musk é dono do X-Twitter. Outro dia foi lá e postou um vídeo fake da Kamala, com a voz dela recriada por IA e que falava mal do Biden. O X-Twitter pode banir o próprio Musk, Tixa? Ele tem todas as senhas, darling. Not gonna happen!

— O American PAC, aquele que tem o apoio do Elon Musk, está sendo investigado por supostamente pegar informações dos eleitores de estados campo de batalha, alegando que vai ajudá-los a se registrar para votar.

— Do outro lado, os bilionários techs também estão de olho em como outras empresas estão se comportando. O Google, por exemplo, foi acusado de adulterar o sistema de buscas prejudicando o Trump. Quem buscava por “comício de Trump” era direcionado para resultados sobre Kamala Harris. (A reportagem da Tixa testou o rolê quando o Elon Musk fez a denúncia em um tuíte e ele tinha razão. Minutos depois a busca automática do Google mudou.)

— Outra acusação é que não dava para pesquisar sobre a tentativa de assassinato do ex. O Google disse que as ferramentas são treinadas contra preenchimento automático associadas à violência. Então, tá.

Tixa, mas e o mundo cripto com a Kamala? Até agora a candidata (que já é a oficial) dos Democratas não deu a linha de como vai tratar o mundo do Vale do Silício, que se debandou todo para o Trump.

Curtinha antes de ir embora

O Trump quer porque quer fugir do debate com a Kamala. A nova do finde é que ele cancelou o debate de 10 de setembro marcado para acontecer na ABC News e diz que só faz debate se for na FoxNews. (a Fox é tipo como a Jovem Pan foi para o Bolsonaro, darling.)  

E vamos para essa segunda-feira, sem Biles e sem Rebeca no pódio da trave, com os mercados mundiais despencando, com ameaças de que vai começar uma guerra em Israel. Tá fácil. E se Trump ganhar, o bitcoin dispara, dizem as más línguas.

De olhos nas pesquisas

Aqui nesse cantinho a gente mostra como estão a média das pesquisas para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, a diferença entre Trump e Harris diminui a cada dia e está em 0,8 ponto. Pela média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, a diferença está em 1 ponto, a favor de Trump. Disputa apertada a três meses das eleições.

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