Home Economia e Política O Brasil, a Guerra Cambial e o crescimento econômico

O Brasil, a Guerra Cambial e o crescimento econômico

por Ricardo Pereira
0 comentário

O Brasil, a Guerra Cambial e o crescimento econômicoUm assunto em especial tem dominado o noticiário econômico do Brasil e boa parte do espaço econômico de jornais pelo mundo: a desvalorização do dólar. Muito se vala sobre uma “Guerra Cambial”, travada de forma voraz entres EUA e China[bb] e com reflexos no mundo todo. Durante todo o período eleitoral o tema foi pouco debatido no Brasil dando margem para incertezas.

Passado o período de votação, o assunto passou a fazer parte das entrevistas da Presidente eleita Dilma Rousseff. Suas primeiras seguiram no sentido de tranquilizar o mercado quanto às ações do governo. Segundo ela, os pilares da estabilidade serão preservados e o câmbio flutuante será mantido. Que bom.

E lá fora?
Os Estados Unidos continuam sofrendo com a crise. A retomada tem sido lenta e os reflexos desse cenário são percebidos na baixa popularidade do Presidente Obama. As medidas tomadas por lá para tentar alavancar a economia levam à desvalorização ainda maior de sua moeda. Na semana passada correu a notícia de que o FED comprará mais de US$ 600 bilhões em títulos para aquecer a economia.

Juros altos
A valorização do Real acontece porque os investidores[bb] internacionais não estão encontrando em seus países de origem oportunidades tão atraentes (rentáveis) como as que existem por aqui. A Taxa Selic está em 10,75% ao ano, o que de longe é uma taxa muito mais vantajosa do que os atuais 0,25% dos Estados Unidos, por exemplo. Na Zona do Euro as taxas de juros também estão muito baixas.

Oferta X Procura
O dinheiro que vem pra cá alimenta a lei da oferta e demanda. A grande oferta de dólares faz seu valor despencar em relação ao Real, o que faz com que os produtos importados fiquem baratos; na outra ponta, nossa indústria perde competitividade para exportar, pois seus produtos se tornam caros diante do mercado internacional.

O protecionismo de algumas nações também contribui para o agravamento desse cenário. O maior exemplo disso é a China, que não quer adotar políticas de câmbio para não ver seus produtos perderem competitividade.

A lição de casa
Voltando para o ambiente doméstico, é cada dia mais urgente e necessário uma política pública voltada para a gestão dos gastos públicos. Por mais que os avanços tenham sido grandes nos últimos anos, é evidente que o serviço público gasta muito, e mal. Precisamos voltar os esforços para reformas indispensáveis: política, fiscal e previdenciária.

Impostos altos e gastos elevados baseados em pouca agilidade da máquina pública são o pior dos mundos e isso não fará nossa economia[bb] crescer de forma sustentada por muito tempo. Talvez essas ações sejam parte do grande salto de confiabilidade que o país precisa enfrentar para garantir o crescimento no futuro.

O governo precisa economizar e voltar a buscar metas reais de superávit fiscal, além de diminuir a dívida pública para, enfim, buscar uma efetiva redução de suas taxas de juros.

Como você já sabe, eu sou otimista, mesmo percebendo o potencial explosivo para o assunto. Acredito que nosso país precisa intensificar o debate; e isso acontecerá. Os benefícios de uma economia estável passam pelo equilíbrio de todos os setores e o câmbio é um elemento fundamental dentro dessa engrenagem. Até a próxima.

Crédito da foto para freedigitalphotos.net.

Sobre Nós

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.  Saiba Mais

Mail Dinheirama

Faça parte da nossa rede “O Melhor do Dinheirama”

Redes Sociais

© 2023 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.