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O Brasil dos rankings, números e desafios

por Conrado Navarro
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O Brasil dos rankings, números e desafiosDe uma forma geral, todos gostamos de rankings. É uma forma simples de entender e interpretar se vamos bem ou mal em determinada área. Seja nos resultados do vestibular, na tabela das melhores seleções da Fifa, nas classificações dos esportes[bb] profissionais ou no simples jornal do dia-a-dia, o ranking baliza e compara o universo de diversas entidades.

O Brasil figura em muitos rankings, mas nem sempre em posições interessantes e que mereçam nossos aplausos. O importante é que, independente dos resultados, os números sempre incitam reflexões. Que tal começar com as perguntas feitas por Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, em recente artigo publicado na Folha de S. Paulo:

“Será que algum dia o povo brasileiro poderá desfrutar do mesmo padrão de vida dos atuais países desenvolvidos? Quando, e como, vamos alcançar e ser tão ricos quanto os países desenvolvidos?”

Responder às perguntas é um desafio e tanto. Uma comissão internacional, liderada pelo Prêmio Nobel de Economia Michael Spence e apoiada pelo Banco Mundial encontrou 13 países que foram capazes de crescer 7% ao ano ou mais por 25 anos. O Brasil está entre eles, mas tal potencial esfriou a partir de 1980.

Em suma, o relatório aponta que:

  • Não fomos capazes de aproveitar o potencial dinâmico da economia global;
  • Descuidamos das exportações;
  • Não incorporamos a fronteira tecnológica nos negócios (inovamos pouco, criamos pouca tecnologia, registramos poucas patentes).

É certo que em estudos futuros – se computados os últimos anos – o Brasil sairá desse ranking. Nossa renda per capita cresceu à média de 0,5% ao ano durante os últimos 25 anos. Nos países desenvolvidos, esse índice cresce, em média, 2% ao ano há quase 100 anos. Nakano elogia a competência nacional e nosso poder de recuperação, mas alerta que:

“Para o Brasil alcançar os países desenvolvidos em 2050 (renda per capita de US$ 75.130), nossa renda per capita teria de crescer 5,3% ao ano. Para isso, o PIB teria de crescer mais do que 6% ao ano”

Mais números, mais conclusões
Fiquei muito interessado nos números apresentados no artigo e decidi investigar outros rankings. Nesta mesma semana descobri que, segundo estudo realizado pelo Bird, o Brasil[bb] tem uma das economias mais fechadas do mundo. Ocupamos a posição 92 em um ranking de 125 nações, ficando atrás de países como Venezuela (86), Rússia (72), Chile (65) e China (57).

Os três primeiros desse ranking são Hong Kong, Cingapura e Suíça. Os EUA aparecem na 11a colocação. Marcelo Ninio, jornalista da Folha, deixa claras as conclusões do relatório sobre Indicadores de Comércio de 2008:

“Embora o país tenha promovido uma abertura considerável desde o início da década, o regime tarifário brasileiro ainda é mais protecionista do que a média da América Latina. As barreiras não-tarifárias também são usadas mais extensivamente pelo Brasil do que por seus vizinhos. Segundo o relatório, elas são aplicadas a 46,1% das linhas tarifárias do país, porcentagem mais alta do que a média regional de 35,7%”

Chega de rankings?
Nada. Clóvis Rossi, um dos articulistas mais talentosos da nossa mídia, divulgou os resultados de um estudo chamado “Índice de Fraqueza do Estado em Países em Desenvolvimento”, realizado pela Brookings Institution. O Brasil ficou em 43o. lugar entre 141 países, computados cinco grandes tópicos (política, economia, seguranca, bem-estar e renda per capita), com nota geral de 7,22, em 10 possíveis.

Ficamos com 6,42 em política. O Uruguai, por exemplo, tem 8,67 nesse quesito. No cumprimento da lei, ficamos com 5,56; em “controle da corrupção”, desastrosos 4,67. A conclusão de Rossi é fatal:

“Posto de outra forma, o Brasil pode ser ‘investment grade’ mas está longe de ser ‘corruption grade’ ou ‘law grade’.”

O texto de hoje é bem númerico, mas não deixa de ser também bastante didático. O Brasil apresentou clara evolução em aspectos econômicos necessários para vencer neste universo contemporâneo competitivo, mas ainda tem importantes reformas políticas, sociais e tributárias para realizar. Os desafios estão lançados. Vamos correr atrás de melhores posições nos rankings futuros?

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Crédito da foto para stock.xchng

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