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O Governo Dilma e seus desafios econômicos

por Ricardo Pereira
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O Governo Dilma e seus desafios econômicosNa última sexta-feira foi divulgada nova pesquisa CNI-IBOPE, que apontou o apoio de 56% dos brasileiros ao governo da Presidenta Dilma Rousseff. A avaliação pessoal da Presidenta alcançou o índice de 73%. Os dados animaram o governo. Que tal aproveitar o bom momento? Ora, o apoio por parte da população no inicio do governo é fundamental para que medidas extremamente necessárias, mas um tanto impopulares, sejam colocadas em marcha.

Essa mesma pesquisa mostrou um dado muito interessante: para 40% da população, o combate à inflação deve ser a grande prioridade do governo. E é no “acordar do Dragão” que se encontra a grande preocupação do mercado e da maioria dos economistas. A maior das dúvidas diz respeito ao desempenho da nova direção do Banco Central no combate à inflação. Suas decisões estão sendo as melhores possíveis?

Todos sabemos que o Ministro da economia Guido Mantega defende que o Banco Central adote uma postura desenvolvimentista, com juros acomodados e com a tese de que inflação um pouco acima do centro da meta não representa um grande perigo – a inflação mais alta seria um “mal” que valeria a pena suportar para que o país não pare de crescer.

A verdade é que todos já sentimos no bolso os efeitos nefastos da inflação. Uma visita ao supermercado deixa clara a explosão de consumo onde a velha lei da oferta e demanda se fez valer mais uma vez. O que se vê são também reflexos de nosso comprometimento enquanto país, ou a falta dele, em quesitos estruturais de forma a elevar a oferta, uma questão de investimento real no país.

Para quem deseja aprofundar o conhecimento em torno do tema inflação, sugiro a leitura do artigo “Inflação: o monstro abriu um dos olhos”, publicado no excelente site Sobre Administração e escrito por Henrique Bello, que mostra didaticamente a diferença de postura entre os que pregam o desenvolvimentismo e os mais ortodoxos, chamados de monetaristas (caso do atual ministro da casa Civil, Antonio Palocci).

A saída de Roger Agnelli da presidência da Vale
Nesses 90 dias de governo, outro ponto causou bastante repercussão no campo econômico e empresarial: a queda do Presidente da Vale, Roger Agnelli, após a companhia apresentar ótimos resultados em 2010 e impressionantes 903% de aumento nos lucros durante os seus dez anos de gestão.

Está claro que sua saída é mais uma questão política que administrativa, afinal nunca se discutiu a competência técnica do executivo. A coluna do jornalista Guilherme de Barros, no portal IG, informou que para a demissão de Agnelli pesou o desligamento de Demian Fiocca da diretoria da Vale. Demian é um dos amigos mais próximos do Ministro Mantega.

O que dizer? Ora, que isso é péssimo para imagem do Brasil e mostra que nossa postura perante a realidade econômica de um país que joga de acordo com as regras de bom desempenho e meritocracia é deixada em segundo plano. Primeiro parecem estar os interesses dos amigos e aliados. Política do interesse próprio. Uma pena.

Termino o texto de hoje lembrando que o país avançou muito nos últimos vinte anos. O criador do termo Brics, Jim O’Neill, classifica o Brasil como surpreendente, já que atingiu o posto de 7ª economia do mundo dez anos antes do esperado. Resta saber se esse crescimento que nos trouxe até aqui continuará, ou se voltaremos ao período onde os interesses pessoais e políticos estavam à frente de tudo.

Boa semana a todos.

Foto de sxc.hu.

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