Recebo, diariamente, inúmeros pedidos de ajuda e dicas para melhores decisões financeiras e de investimentos. Toda resposta, embora possua um aspecto técnico importante, leva uma mensagem clara e focada no aspecto humano: trabalhe seu conhecimento e exercite sua capacidade de decisão. Invista mais em você e acostume-se a acompanhar a evolução de seu patrimônio, mas também as mudanças do cenário econômico e político do qual faz parte. Não pense apenas no ato de poupar e investir, mas no quanto você ainda pode (e deve) aprender sobre essas palavras e atitudes.
O discernimento proveniente do exercício da razão é sua única arma frente aos clássicos e fatídicos movimentos hipócritas de nossa sociedade. Armadilhas como o consumismo e o endividamento não são criações puramente capitalistas. O fator predominante é a reação diante da expectativa da sociedade, o lado psicológico do dinheiro. Neste obscuro caminho de possuir, aparentar e ter, frequentemente nos esquecemos de nos manter em dia com nossa real capacidade de viver e de crescer como pessoa. Investir em você tem que deixar de ser o puxão de orelha, para ser o exemplo.
Hora de pensar em você!
Diante do aquecimento de nossa economia, é comum surgirem “fontes inesgotáveis” de dinheiro e muitas “minas de ouro”. É a outra face do problema cultural que assola nossa frágil sociedade. Ao mesmo tempo em que acreditar nas prestações “sem juros” é um perigo, acreditar que este ou aquele produto bancário irá fazê-lo enriquecer com facilidade também é arriscado. O evidente desconhecimento e desrespeito ao seu intelecto/perfil o leva a crer que parcelar é algo bom, quando deveria alertá-lo de que é hora de investir (e pensar) mais em você, em inteligência financeira. Susan Ivey, CEO e presidente da Reynolds American completa:
“O fator determinante mais importante em sua estratégia de investimentos é desenvolver uma ampla compreensão de seu perfil de risco indivual, seus requisitos e metas de longo prazo. Consulte profissionais, mas utilize veículos de investimentos que reconheçam os seus requisitos de fluxo de caixa para o futuro”
Você lê o caderno de economia do seu jornal preferido?
Opa, ainda não tem um jornal preferido? Fica difícil decidir e aprofundar-se em questões financeiras sem se informar, concorda? Por que será que os cadernos de dinheiro e investimentos ainda são solenemente ignorados por uma grande maioria? Culpa dos jornais, que escrevem em linguagem difícil ou técnica demais? Ou será que você não tem o que procurar por lá, embora muitas vezes admita que seu dinheiro pode estar mal investido?
Os rumos da economia podem não significar muito para o seu dia-a-dia, mas certamente impactam o café daquela padaria onde você costuma comer toda manhã. Calma, não pretendo filosofar. Meu objetivo é mais simples: deixando de lado as manchetes de economia e dinheiro você está deixando de lado oportunidades de melhor aplicar seu dinheiro, de melhor gerir suas receitas e de melhor compreender os diferentes tipos de investimento disponíveis no mercado.
Aos poucos, está deixando de lado o exercício de transformar informação em conhecimento. Está deixando de lado o potencial de melhorar, aquilo que você tem de mais forte: a capacidade de aprender. Algumas dicas podem ajudá-lo a reverter esse quadro:
Considere a possibilidade de estudar mais. Investir em cursos, palestras e workshops pode ser interessante e divertido. Muitas escolas oferecem cursos à distância, que costumam ser rápidos e com excelente material. Quantos foram os cursos ou seminários deste tipo que você já frequentou este ano?
Destine mais tempo ao aspecto técnico da coisa. Ainda que os termos e jargões usados no mercado financeiro sejam um pouco entediantes e complicados, procure investir mais tempo na busca por suas definições e aplicações práticas. Faça isso através de revistas, jornais especializados e material online. Os resultados aparecem. Quem disse que investir na bolsa é tão complicado assim?
Leia mais livros. Ler e trabalhar com experiências de outras pessoas é fundamental para a criação de uma opinião inteligente e suficientemente forte para mantê-lo focado em seus objetivos e metas. Aprenda com quem já experimentou algo que você procura, use um atalho sempre que possível.
Não confunda conselho, notícia e previsão. Decidido a ler mais e melhor, você precisa aprender a formatar o novo conhecimento adquirido, permitindo que fatos sejam corretamente alocados como fundamentos para uma melhor decisão. Isso implica filtrar melhor o grande volume disponível de informações e opiniões e mais cuidado com as decisões embasadas em premissas e dicas de analistas ou meios de comunicação.
O que geralmente acontece?
Muitas pessoas erram porque se envolvem emocionalmente com seus investimentos ou porque preocupam-se demais com o preço pago por este ou aquele bem. Criam raízes. O grande objetivo do investimento é poder definir onde se quer chegar e que estratégia será usada para acompanhar a caminhada até lá. Todos sabem da importância de guardar dinheiro, aplicar e preocupar-se com o futuro e isso é óbvio. Falta aceitar que você é a peça-chave para que tudo saia do papel.
A confusão e a dúvida são comuns quando o assunto é dinheiro. Também é certo que não há um único conselho que englobe todas as alternativas financeiras e suas consequências. No entanto, o investimento em crescimento pessoal sempre será fundamental para que se aceite essa premissa. Assim, encarando a verdade, fica mais fácil reunir forças para começar a ler o caderno de economia e convidar o mercado para “jantar” em sua casa.
Crédito da foto para Marcio Eugenio.