Regina diz: “Navarro, nem sempre é fácil definir nossas próprias reações quando o assunto é dinheiro, o que é assustador. Pensando nisso, passei a observar melhor os materiais, artigos e livros publicados sobre o tema. Pois bem, é comum notar alguns autores que gostam de descrever seus modelos e perfis das pessoas e ligá-los às atitudes de seus clientes e leitores. Por perfil entenda a relação entre as atitudes de uma pessoa e seu dinheiro. Suponho que você também mantenha alguns perfis em seu trabalho. Estou certa? Pode compartilhar sua visão e algumas dicas neste sentido? Obrigada”.
O interessante sobre dinheiro é que, de um jeito ou de outro, mais hora, menos hora, ele é razão de reflexão. Alguns pensam sobre o que fazer com o dinheiro poupado ou arduamente economizado. Outros param para avaliar a situação só quando a grana já não é suficiente para dar asas aos seus desejos mais loucos. Entre estes dois perfis existem muitas variáveis e inúmeras atitudes essencialmente previsíveis.
Interessante porque assumimos diferentes personalidades diante do dinheiro. Embora nem sempre tenhamos a coragem de admitir, muitas atitudes são divergentes do considerado racional. Se temos mais do que o usual, tendemos a agir de forma diferente. Se falta, pensamos de outra forma. Interessante, porque tudo depende.
Perfis e personalidades
Deste universo de reações surge a necessidade de criarmos alguns modelos, cujos objetivos são: 1) facilitar a identificação por parte do leitor; e 2) alertá-lo para a necessidade de mudança. Mas não se trata de engessar o comportamento ou tentar limitá-lo através de simples definições. O objetivo é pautar a discussão e permitir auto-reflexão. Com este objetivo, peço licença para deixar minhas impressões sobre certos “tipos”:
O pão-duro
Esqueça o sentido pejorativo ou a piada. Gosto de usar esse nome porque ele é rapidamente assimilado e interpretado. A verdade é que eu adoro os pão-duros, pessoas inteligentes e com excelente capacidade de planejamento. Com ótimo bom senso, o pão-duro é capaz de manter-se dentro de seu plano mesmo em tempos de crise ou de euforia extrema.
São ótimos em economizar e planejar, mas não costumam ser bons em investir e arriscar. São conservadores demais. Evitam alternativas de investimento que exigem conhecimento mais aprofundado, optando pelas aplicações tradicionais cujos conceitos foram passados por seus pais e(ou) familiares. Investem bem para o curto prazo, mas não aproveitam o tempo para buscar retornos mais interessantes para o futuro mais distante.
O esbanjador
O oposto do pão-duro. Figura comum especialmente entre os mais jovens e nos meios onde o fluxo de caixa mensal é vultoso. Sempre existem figuras assim onde paga-se muito bem. Mas não pense que trata-se do esbanjador que gosta de se mostrar em busca apenas de aprovação social. Em essência, ele gosta de viver muito bem, mesmo que isso signifique não poupar nada e não pensar no futuro.
São ótimos em investir e arriscar, mas não o fazem com disciplina e planejamento. Arriscam-se na bolsa, mas não para colher os frutos também no longo prazo. São investidores por natureza. Investem em si, em sociedades e formação de empresas, projetos mirabolantes, mesmo que nenhuma análise de riscos tenha sido conduzida. Ah, sim, muitos atingem sucesso nesta ciranda, mas comumente voltam ao ponto de onde começaram.
O empreendedor
Prevalece o eqüilíbrio, a capacidade de agir conforme a situação. Soa como um clichê, é verdade, mas o empreendedor reúne as principais qualidades do pão-duro e do esbanjador, sabendo usá-las com mais parcimônia e inteligência. O empreendedor valoriza o poder do dinheiro, mas também usa o tempo e as variáveis econômicas para tomar decisões.
Portanto, economizar, planejar, investir e arriscar são atividades presentes na vida de um empreendedor. Conhece alguém com este perfil? Quanto ele é capaz de conquistar e construir? Claro, empreendedores também têm defeitos, mas sua atitude diante deles é diferente. Eles preferem investir esforços naquilo que fazem bem e procuram especialistas para preencher eventuais lacunas de sua formação. Funciona.
Tratar das diferenças entre cada um dos exemplos aqui citados é apenas uma maneira de encorajar as pessoas. O objetivo é fazê-lo rever seus conceitos e atitudes diante das finanças. Identificar-se com um dos grupos significa reconhecer que você é um ser humano como outro qualquer, mas agir diante das conclusões que a reflexão pode trazer é o que realmente importa.
As poucas palavras do texto não podem ser tomadas como guia. Use-as como pontapé inicial para algumas perguntas e respostas que transcendem as habilidades deste cidadão que aqui escreve: como é possível lidar melhor com seu dinheiro, hoje e sempre? Suas atitudes financeiras diárias tornam as decisões de economizar, planejar, investir e arriscar mais conscientes? Que valor tem a educação financeira no querido lar de sua família?
Exercite as respostas, compartilhe as perguntas. Não dependa apenas de livros, blogs e artigos de especialistas para ter melhores atitudes em relação ao seu dinheiro. Você é o responsável. Pausa para reflexão. Viu como muita coisa pode ser melhorada? Pronto, hora de agir!
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Crédito da foto para stock.xchng.