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O perigo dos excessos na distribuição de brindes

por Bruno Biscaia
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O perigo dos excessos na distribuição de brindesFaz algum tempo que eu notei como as empresas gostam de distribuir brindes para toda a sociedade, buscando tornar a marca “conhecida” ou “legal”. Oferecem, por exemplo, canetas, bonés, chaveiros, entre muitos outros itens. A propósito, caso você tenha recebido algum tipo de brinde inusitado, não deixe de compartilhar conosco esta experiência. Mas, vamos refletir um pouco: essa empresa quer tornar a sua marca conhecida pelo quê? Por distribuir canetas?

Vou explicar melhor para não parecer que não gosto de ganhar brindes. Aliás, os adoro! E posso afirmar que o brasileiro, em sua maioria, também gosta. Como exemplo disso, posso dizer que dentro da gaveta da minha mesa de trabalho tenho canetas de diversas empresas diferentes, que vão desde uma grande indústria fabricante de guindastes até a de um restaurante self service da região.

Pensando dessa forma, fica até um pouco difícil enxergar algum problema nessa prática, afinal, como eu mesmo falei, todo dia que abro minha gaveta vejo algumas canetas e me lembro que essas empresas existem. Ora, se é tão comum encontrar empresas que praticam a distribuição de brindes como ação de marketing[bb] para potenciais clientes (ou não), e se esses clientes gostam de receber brindes, qual o real problema dessa atividade?

Conflito entre as funções do marketing
Acredito que o marketing possui funções muito importantes dentro de uma empresa, independentemente de seu tamanho, que são de gerar valor para a marca, conquistar novos clientes, verificar a qualidade de seus produtos e do seu atendimento, dar suporte aos colaboradores (clientes internos) e verificar a opinião dos consumidores sobre seus produtos e, é claro, sobre os dos concorrentes.

Dessa forma, pode-se afirmar que a grande função do marketing é aumentar o valor da marca e de suas vendas, ou seja, intensificar a quantidade de dinheiro[bb] que ENTRA na empresa. Portanto, o grande problema da atividade de distribuir brindes está relacionado ao fato de que esses precisam ser comprados e isso definitivamente não faz com que o dinheiro entre na corporação. Pagar pelos brindes significa, na maioria dos casos, que o dinheiro sai em grande quantidade, principalmente porque tais práticas são constantes. Soa incoerente! Concorda?

“Ou seja, em vez do marketing da empresa focar a busca de resultados – seja para apoiar a geração de vendas para construir o valor da marca – ele vai pouco a pouco, transformando-se numa área ‘de compras’. Compra de brindes, de produtos criativos, de serviços especializados e de outros itens menores. O departamento que deveria ser de marketing, que deveria ajudar a vender mais transforma-se num departamento que compra coisas, que gera gastos e que não ajuda a aumentar as vendas. É algo ridículo, que frequentemente a direção da empresa apóia até mesmo sem perceber.”
Augusto Nascimento e Robert Lauterborn, autores do livro “Os 4 Es de Marketing e Branding: a evolução de conceitos e contextos até a era da marca como ativo intangível” (Campus)

Embora faça todo sentido a empresa querer “presentear” o cliente, esse “presente” pode ser dado de outra forma: através de investimentos em melhores serviços ou produtos, fazendo assim com que o reconhecimento por parte do cliente seja maior ao perceber que a empresa dispõe de um melhor produto, passando a gerar mais lucro para a corporação. O brinde pode existir, desde que o departamento de marketing não se transforme em um grande comprador.

Não existe apenas essa alternativa. Aprender a fazer uso do dinheiro da empresa de forma mais eficaz é algo muito importante – especialmente se a empresa for sua. Existem diferentes formas de se ganhar um cliente, seja inteligente e escolha uma em que o custo/benefício seja maior e que os resultados elevem também o status de sua marca. Se precisar de brindes e mimos, use-os, mas com moderação.

Mesmo assim ainda querendo distribuir brindes? Tudo bem, mas faça isso de forma equilibrada financeiramente, sabendo que essa prática lhe custará um dinheiro que você poderia investir de outra forma para ganhar o real reconhecimento de seu cliente[bb]. Afinal, as canetas que ganhamos de brinde são apenas canetas; quando quebram, as jogamos fora e ainda trocamos pela caneta da marca concorrente! Já a sua marca e o seu produto, se forem bons, não serão trocados!

Que tal repensar a forma como você aborda os seus clientes e vende os seus produtos? Sugiro que leia o artigo “Abordando, conquistando e merecendo o cliente!”, publicado aqui mesmo do Dinheirama. Um grande abraço e até a próxima. Aguardo o seu comentário.

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Bruno Biscaia
já atuou nos setores de Marketing de Eventos e de Planejamento e Controle da Produção. É estudante de Engenharia de Produção Mecânica na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e edita a seção de Empreendedorismo do Dinheirama.

Crédito da foto para stock.xchng.

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