A Ágora Investimentos divulgou suas recomendações de carteiras de ações para novembro de 2024, considerando um cenário global complexo e um mercado brasileiro ansioso por avanços no controle de despesas públicas e pelos resultados corporativos do terceiro trimestre.
Sob a liderança do analista José Francisco Cataldo Ferreira, a Ágora avalia que, embora o cenário de renda fixa continue atraente, a bolsa também oferece oportunidades, especialmente para posições de longo prazo em empresas de sólidos fundamentos.
Eventos como a eleição norte-americana, decisões do Federal Reserve (Fed) e conflitos globais figuram entre os fatores de influência, mas a corretora aposta que as decisões fiscais brasileiras devem desempenhar um papel crucial na atratividade da bolsa para investidores.
Carteiras recomendadas
As carteiras da Ágora Investimentos para o mês incluem Top 10, Dividendos, Arrojada, Small Caps e Diversificação. Cada uma delas apresenta uma composição ajustada para capturar valor e mitigar riscos no atual cenário econômico.
Carteira Top 10
Sem alterações em relação ao mês anterior, a carteira Top 10 visa empresas com fundamentos sólidos e potencial de crescimento. Os ativos selecionados são:
- BB Seguridade (BBSE3)
- Cemig (CMIG4)
- Itaúsa (ITSA4)
- Vale (VALE3)
- Eneva (ENEV3)
- EcoRodovias (ECOR3)
- BTG Pactual (BPAC11)
- Cyrela (CYRE3)
- Telefônica Brasil (VIVT3)
- Petrobras (PETR4)
Carteira dividendos
A carteira Dividendos, focada em ativos que oferecem retorno atrativo via dividendos, também permaneceu inalterada. Composta por empresas que historicamente distribuem lucros regularmente, a carteira inclui:
- BB Seguridade (BBSE3)
- Cemig (CMIG4)
- Itaúsa (ITSA4)
- Vale (VALE3)
- Eneva (ENEV3)
- Sabesp (SBSP3)
- BTG Pactual (BPAC11)
- JBS (JBSS3)
- Telefônica Brasil (VIVT3)
- Localiza (RENT3)
Carteira arrojada
A Carteira Arrojada passou por ajustes com a entrada de Localiza (RENT3) e JBS (JBSS3), substituindo Cosan (CSAN3) e Prio (PRIO3). A nova composição reflete a estratégia de capturar valor em empresas com alto potencial de valorização e inclui:
- BB Seguridade (BBSE3)
- Cemig (CMIG4)
- Itaúsa (ITSA4)
- Vale (VALE3)
- Eneva (ENEV3)
- EcoRodovias (ECOR3)
- BTG Pactual (BPAC11)
- Cyrela (CYRE3)
- Telefônica Brasil (VIVT3)
- Localiza (RENT3)
Carteira small caps
Focada em empresas de menor capitalização, a Carteira Small Caps busca alto potencial de crescimento e teve a entrada de Dexco (DXCO3), substituindo Allos (ALOS3). A seleção de novembro inclui:
- Dexco (DXCO3)
- Marcopolo (POMO4)
- MRV (MRVE3)
- EcoRodovias (ECOR3)
- Vivara (VIVA3)
- Randon (RAPT4)
- Porto Seguro (PSSA3)
- CCR (CCRO3)
- Eletrobras (ELET6)
- Itaúsa (ITSA4)
Carteira diversificação
A carteira Diversificação se mantém inalterada e inclui empresas de diversos setores para reduzir riscos e equilibrar a exposição. Os ativos selecionados são:
- Cyrela (CYRE3)
- Localiza (RENT3)
- Allos (ALOS3)
- Randon (RAPT4)
- Dexco (DXCO3)
- Marcopolo (POMO4)
- MRV (MRVE3)
- EcoRodovias (ECOR3)
- Vivara (VIVA3)
- Porto Seguro (PSSA3)
- CCR (CCRO3)
- Eletrobras (ELET6)
- Itaúsa (ITSA4)
Contexto para o mês
Cataldo aponta que, embora eventos externos, como a eleição americana e a política monetária do Federal Reserve, possam trazer volatilidade, o impacto direto nas ações brasileiras ainda é incerto. Já no plano doméstico, o mercado aguarda medidas fiscais mais fortes do governo para conter a inflação e reduzir o risco fiscal, que se intensificou com a alta do dólar e dos juros futuros. Essa expectativa alimenta a confiança dos investidores em relação à potencial valorização da bolsa, caso ocorra um compromisso efetivo com o controle de gastos públicos.
Além disso, a temporada de resultados corporativos do terceiro trimestre promete desempenho positivo para o Ibovespa, com previsão de aumento anual dos lucros em cerca de 20%, liderado pelo setor industrial. “Temos confiança de que nossas empresas aproveitam o contexto de uma economia local resiliente e redução das pressões de custo, com taxas de inflação e Selic mais baixas em comparação com o ano anterior”, diz Cataldo. No entanto, o analista alerta que a possível desaceleração econômica prevista para 2025 pode influenciar a tendência de lucros, especialmente em setores sensíveis ao ciclo de juros.
O relatório ressalta a importância da seletividade na escolha de ações, especialmente em um cenário desafiador. Cataldo destaca que a bolsa oferece oportunidades interessantes em empresas de fundamentos sólidos, boas pagadoras de dividendos e com valuations atrativos, fatores que devem nortear as decisões dos investidores que buscam retorno a longo prazo. Além disso, a Ágora relembra que o fim do ano tende a ser favorável para as ações globais, com novembro tradicionalmente sendo um mês positivo para ativos em mercados emergentes.
Para os próximos meses, a Ágora orienta cautela e foco em empresas bem estruturadas, indicando que as carteiras recomendadas para novembro foram elaboradas para mitigar riscos e capturar valor em um mercado dinâmico e volátil.