Desde fevereiro de 2023, o open finance vem se consolidando como uma das principais revoluções do sistema financeiro do país.
Um dos principais motivos é que ele tira os bancos do centro das decisões e, no lugar, coloca os consumidores.
Eles é que decidem o que fazer com seus dados e histórico financeiro: se desejam compartilhar, o que, para quem e por quanto tempo.
Entenda o que é esse sistema, como ele funciona, se é seguro e as vantagens de aderir.
O que é open finance
O open finance é um sistema que permite ao consumidor compartilhar suas transações financeiras e históricos bancários com qualquer instituição financeira de sua escolha, mesmo que não seja cliente dela.
Ao fazer isso, as pessoas passam a ter acesso a um acervo maior de propostas envolvendo crédito, taxas, produtos e serviços bancários.
Até então, para conseguir boas oportunidades, a pessoa precisava ter uma conta bancária ativa na instituição financeira, pois era isso que permitia o acompanhamento do histórico financeiro individual.
Com base nesses dados, os bancos podiam oferecer soluções compatíveis com o perfil e o comportamento financeiro do cliente.
Assim, quanto mais tempo a pessoa permanecia como cliente, mais vantagens ela tinha nos produtos e serviços financeiros daquela instituição.
Agora, isso mudou. Com o open finance, a pessoa não precisa mais abrir uma conta bancária, nem se manter como cliente para ter acesso a boas condições e oportunidades.
O consumidor deixa de ser dependente das exigências e requisitos dos bancos. Estes é que agora precisam se ajustar às necessidades dos brasileiros.
Na prática, trata-se de uma forma de tornar o mercado financeiro mais acessível para todos.
Como funciona o open finance
Para aderir ao open finance, as pessoas precisam autorizar o compartilhamento de suas informações financeiras. Precisam dizer por exemplo:
- ● quais dados desejam compartilhar;
- ● para qual instituição;
- ● por quanto tempo.
Isso acontece porque o sistema se baseia na ideia de titularidade: os dados financeiros pertencem a seus próprios donos, não apenas aos bancos.
Assim, as pessoas é quem detém o controle e o direito de compartilhar esses dados e escolher quando e com quem deseja fazer isso.
Todo o processo do open finance é 100% digital e acontece dentro do internet banking ou do app da instituição financeira. O Banco Central supervisiona tudo de perto, e todas as etapas seguem as regras e diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Os bancos que participam precisam cumprir uma série de requisitos envolvendo padrões rígidos de segurança, o que ajuda a garantir a autenticidade, segurança e confidencialidade das informações compartilhadas. O risco do sistema é mínimo.
Diferença entre open finance e open banking
O open finance é a evolução do open banking, que já existia há mais tempo no país. O open banking se referia especificamente aos dados e serviços bancários tradicionais.
O open finance, no entanto, vai além disso.
Ele amplia as fronteiras do open banking ao abranger também outros produtos e serviços financeiros (como câmbio, previdência, seguro e investimentos) e outras instituições além dos bancos (como corretoras de valores, seguradoras, plataformas de investimentos, fintechs, fundos de previdência e pensão e empresas de cartão de crédito).
A mudança do nome vem justamente para acompanhar essa evolução.
Assim, a plataforma que antes era mais restritiva (open banking), agora passa a abranger todo o ecossistema financeiro (open finance).