Uma recente pesquisa realizada pelo BTG Pactual com gestores de portfólio revela sentimentos mistos e estratégias cautelosas no mercado acionário brasileiro, especialmente após o Ibovespa (IBOV) atingir um pico histórico de mais de 136 mil pontos.
Segundo o relatório divulgado na noite de terça-feira (27), embora haja uma hesitação temporária, não há indícios de uma reversão total no apetite por risco. A seguir, são apresentados os 11 principais pontos levantados pela pesquisa:
1 – Sentimento: “Houve uma moderação neste mês após o forte rali, com alguns investidores adotando uma postura mais neutra recentemente (39%). 13% afirmam ter se tornado pessimistas, contra apenas 8% no mês passado (ainda uma mudança relativamente sutil).”
2 – Avaliação: “Novamente, percebemos que alguns estão um pouco mais hesitantes após o rali, mas, em geral, a maioria dos respondentes ainda considera o Ibovespa subvalorizado (57%). No entanto, 26% agora acreditam que o Ibovespa está adequadamente valorizado, contra apenas 15% no mês passado.”
3 – Fluxos: “É um tanto reconfortante ver que os resgates de fundos estão diminuindo; com a grande maioria dos fundos que pesquisamos relatando estabilidade (63%; versus 58% no mês passado). 16% estão relatando que os influxos estão chegando em um ritmo lento, o que é bem-vindo, mas claramente insuficiente para mover a agulha.”
4 – Exposição EUA e América Latina: “Nossa impressão é que os investidores realmente não estão procurando aumentar a alocação para os mercados dos EUA (66% dispostos a manter a exposição estável), com os investidores mantendo muito pouca exposição aos EUA conforme nossa pesquisa (a maioria com menos de 10% de exposição). Em outros lugares, ao perguntar sobre o principal mercado da América Latina para alocação marginal, notamos que Argentina/Chile são mercados-chave que os investidores estão observando. O México claramente não é favorito ultimamente à luz dos recentes desenvolvimentos políticos.”
5 – Temas macroeconômicos: “Não houve mudanças relevantes nas forças macro dominantes: (1) Brasil: perspectiva fiscal, com 81% dos votos (mas a credibilidade do Banco Central cada vez mais em foco, 16%); (2) Global: ciclo de taxas de juros dos EUA (75%). Notamos alguma preocupação adicional dos investidores sobre o desempenho econômico da China, com 9% dos votos (vindo de essencialmente zero).”
6 – Previsões dos investidores: “No geral, os gestores parecem estar antecipando ganhos modestos para o Ibovespa até o final do ano (35% a 130-140 mil e 42% a acima de 140 mil), à medida que os investidores atualizam o desempenho recente. A maioria prevê o dólar entre R$ 5,20 a R$ 5,40 (45%), o que implica alguma apreciação daqui (necessitando alívio fiscal, um cenário externo favorável e potencialmente um ciclo de aumento de juros?).”
7 – Setor favorito para comprar: “Utilidades continuam sendo favoritas dos gestores, mas muito menos consensuais do que antes. Financeiros ganhando alguma tração…”
8 – Setor favorito para vender: “Recursos Básicos ainda são o short favorito. Varejo também é um setor ‘fora de moda’.”
9 – Compras favoritas: “Itaú (ITUB4), Sabesp (SBSP3) e Eletrobras (ELET3).”
10 – Vendas favoritas: “Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Ambev (ABEV3).”
11 – Jogadas de alto risco sem consenso favoritas? “Os nomes mais votados: Cosan (CSAN3), 3R (RRRP3) e Vamos (VAMO3).