Como educadora, tenho a satisfação de afirmar que o sucesso financeiro de seu filho(a) virá do conhecimento. O sucesso a qual me refiro está relacionado ao uso consciente do recurso “dinheiro” e suas implicações/consequências. A aprendizagem é o caminho mais eficaz para que seu pequeno se transforme em um adulto capaz de lidar com o dinheiro de uma forma inteligente.
O primeiro e inesgotável local de aprendizagem é o lar. Os primeiros e mais importantes mestres são e serão sempre os pais. Sabemos que o cotidiano familiar é extraordinário e complexo: muitas demandas, muitas surpresas e vários desafios. Os exemplos dados em casa são tão importantes quanto o ensino formal encontrado nas escolas.
Esse artigo é um lembrete carregado de reflexões para quem tem criança ou adolescente em casa. Em meio a tantas coisas e demandas, os pais ou responsáveis precisam estar atentos também às questões financeiras relacionadas ao universo infanto-juvenil. Sem essa de “dinheiro é assunto de gente grande”.
Para iniciar essa reflexão, é preciso voltar a uma conhecida afirmação de base: nossas crianças aprendem pelo exemplo. Assim, o primeiro passo é analisar como você e seu parceiro(a) lidam com as questões relacionadas a esse universo:
- O clima costuma ficar pesado na hora de pagar as contas?
- Estranham-se dentro da loja na hora da compra de algum produto?
- Como anda a consciência ecológica da família?
- Costumam fazer planejamento mensal ou das próximas férias?
- Envolvem as crianças nesse planejamento?
- Qual foi a última vez que levou seu filho ao supermercado e ele te ajudou na pesquisa de preços ou na escolha do melhor produto?
- Seu filho(a) sabe usar o dinheiro da mesada? O que você faz quando a quantia acaba logo e ele pede mais?
- A última festinha de aniversário deixou a sua conta corrente no vermelho?
Sempre as mesmas questões, não é mesmo? Ora, sem essa análise fica mais difícil traçar metas sustentáveis e manter uma boa qualidade de vida!
Depois de relembrar que seus filhos estão muito atentos a cada atitude sua, procure desenvolver a inteligência financeira deles através de conversas informais sobre conceitos como pagamento à vista, a prazo, descontos, renda, mensalidade e etc. Compare valores mostrando a relação custo-benefício, fale da importância de poupar e dos perigos do consumismo.
Faça isso dentro de um clima agradável e respeitando a idade de cada um. As explicações devem ser passadas para os menores de forma simples e. À medida que vão crescendo, os mesmos conceitos serão aprofundados gradativamente, por vocês (pais) e pela escola.
O estímulo aos conhecimentos financeiros provoca muitas surpresas agradáveis. Lembro-me que quando minha sobrinha tinha 10 anos ela apareceu com uma planilha de produtos, e os respectivos preços, feita especialmente para seu pai, que iria fazer uma viagem ao exterior. Ela não só fez a lista de pedidos como aproveitou a Internet para cotar os valores. Superdotada? Não. Esse comportamento é fruto do aprendizado obtido por ela desde pequena junto a seus pais!
Não adianta exigir atitudes maduras de seu filho, por exemplo, quando ele vai morar sozinho na época da faculdade. Não adianta ficar nervoso(a) quando a fatura do cartão de crédito dele é alta. Inútil pedir para que ele cuide bem do tênis novo, da mochila nova e que não desperdice comida. Eu pergunto para você: qual foi o modelo que ele assimilou nos primeiros anos da infância? Quais os valores que foram absorvidos a cada dia? Quais os ensinamentos financeiros e ecológicos que você transmitiu?
Somos falíveis. “Não foi possível ou não sabíamos da importância de cuidar da inteligência financeira de nossos jovens e crianças”. Ainda assim, com o tempo ele acabará aprendendo as melhores condutas e os comportamentos financeiros adequados, mas o caminho será mais difícil. Os erros, é claro, sempre ensinam.
O mundo cada vez mais exigente está aí e a vida precisa ser vivida com sabedoria. Nós, adultos, temos a grata responsabilidade de cuidar e formar o adulto de amanhã. Um adulto consciente e responsável formado sobre as bases sólidas do amor, carinho, compreensão e conhecimentos adquiridos em casa, na escola, nos livros e em sites qualificados. Enfim, um adulto inteligente e criado dentro do universo de saberes disponíveis.
E você, o que pensa sobre isso? Compartilhe conosco sua opinião.
Foto de sxc.hu.