A Oi (OIBR3), em processo de recuperação judicial, apresentou no terceiro trimestre de 2024 um lucro líquido de R$ 243 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,83 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. A melhora nos resultados deve-se, na maioria, ao impacto positivo da valorização do real frente ao dólar (2%) e ao ajuste a valor presente (AVP) decorrente da repactuação da dívida com a Anatel, que considerou valores até setembro de 2024.
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Apesar desse lucro líquido, o Ebitda da Oi foi negativo em R$ 335 milhões, uma reversão em relação ao dado positivo de R$ 382 milhões registrado no terceiro trimestre de 2023. Excluindo itens não recorrentes, o Ebitda de rotina também ficou negativo, em R$ 375 milhões, um aumento de 13,5% em comparação ao ano anterior. A Oi atribuiu esse resultado principalmente à queda acelerada nas receitas de serviços não-core, como o cobre e o DTH, que foram substituídos por tecnologias mais avançadas.
A receita líquida consolidada da Oi foi de R$ 2,051 bilhões, uma queda de 14,4% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A empresa explicou que essa redução é reflexo da queda na demanda por serviços tradicionais de telecomunicações e da abordagem seletiva da Oi Soluções, sua unidade de conectividade e TI para empresas. A receita da Oi Soluções caiu 26,6%, para R$ 421 milhões, enquanto a divisão de banda larga (Oi Fibra) teve uma leve alta de 0,8%, totalizando R$ 1,125 bilhão.
A Genial Investimentos, em análise conduzida pelos analistas Antonio Cozman, Ygor Bastos e Kaique Rocha, avaliou que os resultados do trimestre reforçam o cenário delicado da Oi. Em suas palavras, o relatório da Genial conclui que a companhia “apresentou mais um resultado fraco, com queda de receita e margens, além de continuar queimando caixa sem perspectiva de reversão.”
Para os analistas, o quadro financeiro da Oi segue instável, considerando especialmente a dívida de R$ 10 bilhões, mesmo após a renegociação do plano de recuperação judicial. A recomendação da Genial é de venda, com preço-alvo de R$ 4.
A receita total da Oi no trimestre mostrou uma queda de 13,7% em relação ao ano anterior, conforme destacado pela Genial. “A empresa apresentou queda em todas as linhas de receita na comparação anual e trimestral, com a exceção da Oi Fibra,” observam os analistas.
O segmento de fibra, embora tenha mostrado leve crescimento de 0,8% no comparativo anual e 2,8% em relação ao trimestre anterior, viu o número de casas conectadas cair ligeiramente, resultando em uma perda de 7 mil conexões no ano. O ARPU (receita média por usuário) da Oi Fibra aumentou 0,8% na comparação anual e 3,1% em relação ao trimestre anterior, evidenciando o esforço da empresa em manter alguma resiliência no segmento de banda larga.
Em termos de despesas, os custos e despesas de rotina somaram R$ 2,4 bilhões, representando uma redução de 10,6% em relação ao ano anterior. A empresa destacou a implementação de medidas de eficiência, como a redução de pessoal e a otimização de processos, o que levou a uma redução de cerca de 2,5 mil colaboradores ao longo dos últimos 12 meses. As provisões para devedores duvidosos caíram 65%, refletindo uma gestão mais rigorosa de crédito, mas os custos de interconexão aumentaram 30,9% devido às maiores despesas com ligações internacionais de longa distância.
Embora a Oi tenha reduzido custos, o fluxo de caixa permaneceu negativo, com uma queima de caixa operacional de R$ 496 milhões no terceiro trimestre. Os investimentos somaram R$ 109 milhões no período. A dívida líquida da Oi encerrou o trimestre em R$ 8,9 bilhões, uma redução de 60,5% na comparação anual, mas 34,9% maior em relação ao trimestre anterior.
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Conforme a Genial Investimentos, “a dívida bruta a valor justo foi de R$ 10,3 bilhões, uma queda de 59,2% em relação ao ano anterior devido à reestruturação das dívidas,”, mas o aumento trimestral reflete a conversão do empréstimo DIP e a emissão de debêntures, que garantiram liquidez adicional.
Com desafios ainda presentes, a Genial Investimentos mantém uma posição cautelosa em relação ao futuro da Oi, destacando que a empresa “continua queimando caixa sem perspectiva de reversão.” A recomendação da Genial de venda reflete as dificuldades estruturais que a companhia enfrenta, mesmo com os esforços de reestruturação. Para os analistas, a situação da Oi exige cautela por parte dos investidores, especialmente diante das incertezas quanto à capacidade da empresa de reverter o quadro atual.
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