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Operação Lava Jato? Uma Pausa para Reflexão Acerca da (Des)Honestidade

por Adriana Spacca Olivares Rodopoulos
3 min leitura
Operação Lava Jato? Uma Pausa para Reflexão Acerca da (Des)Honestidade

Como alguns de vocês já sabem, eu não sou especialista em política, mas estudo um bocado sobre comportamento humano. E confesso que as últimas notícias sobre a Operação Lava Jato da PF fizeram com que eu retomasse a leitura de um dos livros mais interessantes que eu já li sobre honestidade e trapaça.

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O livro é o “A mais pura verdade sobre a desonestidade”, de Dan Ariely, professor de Psicologia e Economia Comportamental da Duke University. Reproduzo aqui uma história do livro, intitulada “Lições do Chaveiro”:

Um dia, Pedro ficou trancado fora de casa e então percorreu as redondezas para encontrar um chaveiro. Ele precisou de algum tempo para encontrar um que tivesse autorização municipal para destrancar portas. O chaveiro finalmente estacionou o caminhão e, em cerca de um minuto, destrancou a fechadura.

“Fiquei muito impressionado com a rapidez e facilidade com que essa pessoa conseguiu abrir a porta”, Pedro me disse. Em seguida, passou adiante a pequena lição de moral que aprendeu com o chaveiro naquele dia.

Em resposta à surpresa de Pedro, o chaveiro disse a ele que as fechaduras estão nas portas apenas para manter honestas as pessoas honestas. “Um por cento das pessoas sempre será honesta e nunca roubará”, disse o chaveiro. “Outro 1% sempre será desonesto e tentará arrombar sua fechadura e roubar a televisão. O resto será honesto desde que as condições sejam favoráveis; mas, se as tentações forem suficientemente grandes, também serão desonestos. As fechaduras não o protegerão dos ladrões, que conseguem entrar em sua casa se realmente quiserem. Elas só vão protegê-lo da maioria honesta que poderia ficar tentada a entrar em sua casa se não houvesse fechadura.” (p. 33)

Após ler esse trecho fiquei aqui pensando: será que não só o dinheiro público, mas a coisa pública é como uma porta sem fechadura?

Aquilo que é público, que é do Estado, é de todos, mas ao mesmo tempo não é de ninguém. O que quero dizer com isso é que o Estado, o Governo não é uma “pessoa”; é uma abstração, uma entidade não concreta.

Fiquei aqui pensando na nossa conduta em relação ao que é público e ao que é privado. Será que nós, que não somos nem políticos, nem doleiros, nem grandes executivos, tratamos a coisa pública exatamente como tratamos a coisa privada?

Será que nos sentimos mais confortáveis em “trapacear”, estragar ou até mesmo em não cuidar daquilo que é público em comparação com aquilo que é nosso ou de alguém, o privado? Como nos comportamos no dia a dia em termos de ética e cidadania em relação àquilo que não é de propriedade exclusiva deste ou daquele, mas de todos?

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Sei que a questão da corrupção no nosso país é complexa e envolve outras variáveis, mas a intenção aqui não é falar da operação em curso ou da panaceia que envolve a corrupção. A ideia é refletir um pouco sobre como a “coisa pública” pode afetar o nosso comportamento em termos de ética, cidadania e honestidade.

O que você pensa sobre isso? Registre sua opinião no espaço de comentários abaixo. Obrigada e até a próxima.

Foto “Ace under sleeve”, Shutterstock.

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