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Os mercados estão insensíveis à guerra?

As ações globais não registaram a grande liquidação que muitos temiam que ocorresse na semana passada, apesar do aumento do risco geopolítico

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Guerra Israel

Os mercados financeiros parecem estar um tanto insensíveis ao risco geopolítico, avalia a Invesco em uma nota enviada a clientes nesta segunda-feira (16).

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Segundo a gestora, que possui US$ 1,487 trilhão sob gestão, as ações globais não registaram a grande liquidação que muitos temiam que ocorresse na semana passada, apesar do aumento do risco geopolítico desde o ataque do Hamas a Israel.

“Tal como os mercados se tornaram insensíveis às paralisações do governo dos EUA, tornaram-se um pouco insensíveis aos conflitos geopolíticos”, aponta Kristina Hooper, chefe de estratégia global.

Segundo ela, isto não quer dizer que os riscos geopolíticos não tenham impacto nos mercados.

“A geopolítica é normalmente um elemento de ruído temporário e não uma força fundamental com impacto – a menos que haja consequências mais amplas e duradouras para os mercados financeiros e/ou para a economia”, aponta Carsten Menke, chefe de research na Julius Baer.

Portos seguros

“Tem havido uma preferência crescente por classes de ativos considerados “portos seguros”, uma vez que persistem preocupações de que a guerra entre Israel e o Hamas não permanecerá contida e outros países irão envolver-se”, avalia.

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Ela chama a atenção para a procura por títulos do Tesouro dos EUA, que fez com que os preços subissem e os rendimentos caíssem, com o Treasury de 10 anos caindo para 4,629% ao longo da semana passada.

Além disso, o preço do ouro subiu quase US$ 100 desde o ataque.

No Brasil, por exemplo, o Ibovespa (IBOV) tem alta de 2% desde o início dos conflitos.

“E nem é preciso dizer que os riscos geopolíticos são exacerbados pela falta de um presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. Kevin McCarthy foi destituído desse cargo em 3 de outubro – a primeira vez na história que a Câmara votou pela destituição de um presidente – e o debate sobre sua substituição continua”, conclui.

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