Recentemente, todos nós ouvimos falar que o Google estava disposto a entrar no mercado de compras coletivas. O gigante da Internet tentou adquirir o Groupon por algo em torno de US$ 6 bilhões. As negociações não prosperaram e as últimas notícias dão conta de que o Google irá buscar outras formas de entrar no mercado – talvez criando seu próprio site.
Fiz menção à tentativa de negociação entre Google e Groupon para mostrar o quanto esse modelo de compra cresceu, tanto no exterior quanto aqui. Trata-se de um empreendimento que cai como uma luva para as necessidades de consumo das pessoas. Preços baixos, comodidade e oferta (cardápio) em abundância.
Aqui e acolá percebemos novas empresas surgindo. Aliás, muitos sites de cupons e compras coletivas apareceram nos últimos meses – falam em mais de 1000. É certo que, aos poucos, os melhores continuarão se destacando e o consumidor escolherá os que definitivamente encontrarão o sucesso. Mas o que isso tem a ver com educação financeira? Muito.
Organização para obedecer ao orçamento
Sob o ponto de vista da educação financeira, podemos salientar alguns pontos desse novo mercado que toma corpo. O primeiro ponto trata das oportunidades que surgem para adquirir novos produtos ou serviços com preços e condições diferenciadas e descontos bastante agressivos.
Vejo os sites de compra coletiva como uma grande ferramenta para buscar e aproveitar boas oportunidades, especialmente se o consumidor for capaz de se programar e aguardar o melhor momento para a compra. Certo, mas independente se a compra será com cupom ou não, a máxima “se tem dinheiro, compre, caso contrário poupe e espere o melhor momento” tem de ser respeitada.
Porque, afinal, o consumo realizado de forma organizada e planejada é muito bom e garante o crescimento do país e de seu povo. Como educador financeiro, não concordo quando o consumo é realizado na base do impulso e do endividamento. O que se vê por ai? Pois é.
O outro lado…
Os sites de compra coletiva oferecem pechinchas à custa de um bombardeio constante de ofertas nem sempre tão interessantes. Porque para comprar não devemos olhar só o preço. Tem muita gente fazendo coisas completamente fora de seu cotidiano só “porque o preço pelo site de compra coletiva está muito baixo”. E dá-lhe consumo sem prioridade porque “o preço compensa”.
O consumo consciente continua sendo a melhor maneira de comprar. Como eu já disse em outra oportunidade, o dinheiro foi feito para ser gasto, mas existem maneiras e maneiras de gastá-lo. Quando ele é gasto de forma planejada e respeitosa (de acordo com o padrão de vida e os limites do orçamento), tudo se torna mais fácil e prazeroso.
Antes de decidir comprar, seja em promoções ou não, experimente buscar respostas para as seguintes questões:
- A compra é realmente necessária?
- Estou comprando esse produto mais pela “condição incrível”(preço) ou porque tenho necessidade? Ou as duas coisas?
- Preciso comprar agora ou posso comprar quando tiver honrado outros compromissos mais importantes?
- Quanto posso gastar de meu orçamento com compra em promoções? Tenho limites? Tenho um orçamento, ainda que simples?
- A compra não irá comprometer a realização de meus objetivos futuros?
Se após responder essas questões você perceber que o consumo é consciente, possível e bem-vindo, ótimo! Compre e utilize sua nova aquisição da melhor maneira. Comemore tal aquisição brindando por sua disciplina e dedicação em construir uma sólida vida financeira.
Conclusão
A compra coletiva, pois, é mais uma (excelente) forma de consumir. Como tal, merece atenção, cuidado e um tratamento menos ansioso. Você vai receber “promoções” e “descontos nunca vistos” a todo instante. Consumir a um clique do mouse. Excelente para quem tem e respeita prioridades. Terrível para quem acredita que ser feliz é pagar menos sempre que possível. Você concorda?
Crédito da foto para freedigitalphotos.net.