O World Gold Council projeta que o ouro (GOLD) continuará sendo um ativo estratégico em 2025, com preços oscilando entre estabilidade e alta. Em 2024, o metal alcançou recordes históricos, valorizando-se 27,4%, impulsionado por incertezas geopolíticas, queda nos rendimentos de títulos e enfraquecimento do dólar. Contudo, o desempenho em 2025 dependerá de fatores como política monetária, demanda asiática e compras por bancos centrais.
O metal é tido pelos investidores como um ativo de segurança em momentos de crises dessa natureza.
Neste ano, a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia manteve a Europa sob tensão, com o risco de o conflito extrapolar para outros países do Leste Europeu. No Oriente Médio, a crise envolvendo Gaza e Israel teve seu ápice com o envolvimento do Irã no conflito.
Do lado monetário, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) cortaram juros, medida vista também como apoio aos preços do ouro.
A analista de metais do banco suíço Swissquote Ipek Ozkardeskaya vê espaço para que o ouro mantenha a trajetória firme em 2025. Na percepção dela, o metal pode ser beneficiado de uma esperada correção no mercado global de ações.
Veja o que irá influenciar o ouro em 2025
• Fatores econômicos moldam perspectivas. O ouro deve refletir o impacto de cortes nas taxas de juros projetados pelo Federal Reserve. “Se as condições macroeconômicas seguirem conforme o consenso, o ouro pode permanecer estável, com potencial para leve alta”, aponta o relatório da World Gold Council.
• Demanda asiática em foco. China e Índia representam mais de 60% da demanda anual. A recuperação econômica na região será crucial para manter o suporte aos preços.
• Compras por bancos centrais sustentam valor. Desde 2009, bancos centrais mantêm uma posição líquida compradora, fortalecendo o papel do ouro como reserva de valor. Em 2025, espera-se que a tendência continue.
• Riscos geopolíticos e incertezas. Conflitos internacionais e crises financeiras podem reforçar o papel do ouro como ativo de proteção em meio à volatilidade.
• Política monetária americana. O Fed busca uma aterrissagem suave na economia. No entanto, ajustes nas taxas de juros podem influenciar negativamente a demanda por ouro.
• Desempenho em 2024 como referência. O ano marcou 40 novos recordes para o ouro, com total de demanda superando US$ 100 bilhões no terceiro trimestre.
• Competições de investimento. Embora o ouro seja atraente, ele pode enfrentar concorrência de ações e imóveis, especialmente em economias emergentes.
• O desafio da sustentabilidade dos preços. “A interação entre crescimento econômico, risco, custo de oportunidade e momentum será determinante para o desempenho do ouro em 2025,” conclui o relatório.
(Com Estadão Conteúdo)