Os bancos centrais têm sido compradores significativos de ouro nos últimos anos em meio à incerteza econômica e geopolítica e os dados mais recentes apontam para a continuidade desta tendência
É o que revela a Pesquisa de Reservas de Ouro do Banco Central de 2024, divulgada nesta terça-feira (18) pelo World Gold Council com respostas de um recorde de 70 bancos centrais, obtida pelo Dinheirama.
Segundo o documento produzido entre 19 de fevereiro e 30 de abril, o sentimento dos bancos centrais em relação ao metal continua muito alto, com 29% dizendo que adicionarão mais nos próximos 12 meses, o nível mais alto desde o início da pesquisa, em 2018.
Outros 81% disseram que as reservas de ouro em geral crescerão no mesmo período
“As compras planejadas são motivadas principalmente por um desejo de reequilibrar para um nível estratégico mais preferencial de participações em ouro, produção doméstica de ouro e preocupações do mercado financeiro, incluindo maiores riscos de crise e aumento da inflação”, aponta a pesquisa.
Que proporção das reservas você acha que será denominada em ouro daqui a 5 anos?
O otimismo em relação ao papel futuro da commodity nas reservas globais continua a crescer, com 69% dizendo que a participação do ouro nas reservas será maior em cinco anos, em comparação com 62% no ano passado
Houve um aumento notável em como os bancos centrais de economias avançadas veem o papel do ouro, com suas perspectivas agora muito mais alinhadas com as dos bancos centrais de mercados emergentes.
Não é por menos. O dólar tem sido questionado nos últimos anos devido ao tamanho da dívida dos EUA e pelo maior movimento de aceitação do Bitcoin (BTCUSD). Além disso, o euro sofre ataques na França com a possibilidade de saída do país da União Europeia após a eleição da direita no país.
O papel do metal como reserva de valor de longo prazo é o motivo mais bem avaliado para os bancos centrais manterem ouro, seguido pelo desempenho do ouro em tempos de crise, aponta o documento.