O órgão regulador alemão BfArM está considerando a possibilidade de proibir as exportações do Ozempic, conforme os sistemas de saúde da Europa enfrentam a escassez do medicamento para diabetes, que é muito procurado por seus benefícios para a perda de peso.
O uso do Ozempic, da empresa Novo Nordisk, para perda de peso levou à escassez do medicamento em toda a Europa, onde o Reino Unido e a Bélgica proibiram temporariamente seu uso para perda de peso para garantir a disponibilidade para diabéticos.
O lançamento pela Novo do medicamento antiobesidade Wegovy, uma versão de alta dose do Ozempic, em Reino Unido, Alemanha, Noruega e Dinamarca, até o momento pouco ajudou a amenizar a mania pelo Ozempic, já que os volumes do Wegovy foram limitados devido a gargalos na produção.
O Ozempic foi aprovado para tratar o diabetes tipo 2 quando as terapias mais estabelecidas falharam, mas tem sido cada vez mais prescrito “off-label” para tratar a obesidade, porque tem o mesmo ingrediente ativo que o popular, mas escasso, Wegovy.
“Atualmente, estamos conversando com os legisladores sobre o que faremos se as medidas atuais e as mensagens públicas não surtirem efeito”, disse o presidente da BfArM, Karl Broich, à revista Spiegel.
“Pensaríamos, então, em impor uma proibição de exportação para que haja quantidade suficiente no país para os pacientes que precisam”, disse Broich, acrescentando que o medicamento tem sido enviado para outros países europeus e para os Estados Unidos.
A Novo, que destinou 6 bilhões de dólares para aumentar a produção na Dinamarca, disse na semana passada que a indústria está longe de ser capaz de produzir medicamentos para a perda de peso em volume suficiente para atender à demanda global.
Mais medicamentos estão chegando ao mercado, mas não está claro quando os suprimentos serão suficientes para atender à crescente demanda.