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Pacheco diz que fim da reeleição será prioridade em 2024 e cobra “plano de desenvolvimento” de Haddado

"Eu falei com o ministro Haddad que é muito importante ter um plano para desenvolvimento do Brasil, para não se atribuir essa questão só de adequação tributária, aumento de base de cálculo, taxação", disse Pacheco

por Reuters
Rodrigo Pacheco

O Senado deve priorizar em 2024 projetos para extinguir a reeleição a cargos do Executivo, definir mandato de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e criminalizar a posse de drogas, disse nesta sexta-feira o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrando do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma agenda de desenvolvimento que não se resuma a pautas tributárias.

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“Eu falei com o ministro Haddad que é muito importante ter um plano para desenvolvimento do Brasil, para não se atribuir a essa questão só de adequação tributária, aumento de base de cálculo, taxação”, disse Pacheco em entrevista a jornalistas.

“Um projeto de desenvolvimento, projetos modernos, transição energética, programa de repatriação, programa de solução de passivos, de desburocratização. A gente aguarda proposta do Ministério da Fazenda em relação a isso”, acrescentou.

De acordo com Pacheco, a votação final pelo Senado do projeto que cria um mercado de carbono no Brasil ficará para a reabertura dos trabalhos do Senado, a partir de fevereiro do ano que vem — a Casa entra em recesso de fim de ano nesta semana.

A proposta foi aprovada na noite de quinta-feira pela Câmara dos Deputados, mas como houve mudança no texto que já havia passado pelos senadores, a matéria voltará à Casa.

Segundo Pacheco, também deve entrar em debate no primeiro semestre um projeto para regulamentar o uso de inteligência artificial, já que os trabalhos no Legislativo tendem a perder força no segundo semestre por conta das campanhas às eleições municipais.

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Em relação ao fim da reeleição, o senador afirmou que detalhes da proposta ainda estão em aberto, mas a medida deve prever mandatos de cinco anos para cargos de prefeito, governador e presidente da República.

“O fim da reeleição é algo que é um desejo muito forte dos senadores”, disse, enfatizando que a nova regra não valerá para os atuais mandatários. “Será um grande bem que vamos fazer ao país.”

Ele citou a necessidade de aprovar propostas relacionadas ao Supremo Tribunal Federal, afirmando que “tem a elevação da idade mínima para ingresso no Supremo, para 45 ou 50 anos, e o mandato para ministros do Supremo”.

Ele defendeu a aprovação de regra para criminalizar a posse de drogas em casos de tráfico, independentemente da quantidade, em meio a julgamento no STF que busca definir justamente uma quantidade para diferenciar usuário de traficante.

Emendas e fundo eleitoral

Na entrevista, o presidente do Senado demonstrou discordância com o volume crescente de emendas parlamentares — recursos do Orçamento reservados para parlamentares indicarem a execução de obras e projetos com uso de critérios políticos.

Ele disse ser necessário uma “reflexão profunda” sobre o tema, passando por um acordo entre Poderes para limitar essas rubricas e definir o direcionamento das verbas de forma mais eficiente em áreas prioritárias.

Pacheco afirmou respeitar a vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em aprovar uma reforma administrativa, mas disse que “o problema não é o servidor público”, sendo mais importante o debate sobre a qualidade do gasto público, incluindo emendas parlamentares.

O senador ainda fez críticas à intenção do Congresso de turbinar o fundo eleitoral para a campanha das eleições municipais de 2024 a quase 5 bilhões de reais, valor que tomou por base as eleições presidenciais de 2022. Para ele, o montante é “totalmente inadequado” e um “erro grave”.

O presidente do Senado afirmou que tentará um acordo ainda nesta sexta para que a votação do Orçamento de 2024 em plenário retome o valor original proposto pelo governo, de menos de 1 bilhão de reais, e, em fevereiro, seja aprovado um ajuste que eleve a cifra ao valor gasto nas eleições municipais de 2020, de aproximadamente 2 bilhões de reais.

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