Por vezes nos deparamos com problemas ou desafios que classificamos como “cabeludos”, “difíceis demais”, “verdadeiras provações” e por ai vai. Aquela sensação de impotência, de que somos muito pequenos diante da resposta que a situação exige, costuma ser paralisante.
Uma das coisas que procuro exercitar em momentos assim é minha paciência. Mas não é o tipo de paciência traduzida em não fazer nada. Não, falo da paciência traduzida na certeza de que preciso encarar o problema e resolvê-lo um passo de cada vez, com determinação, mas também no tempo certo (apropriado).
Repare no que acontece quando vivemos situações complicadas. Via de regra, somos cobrados pela sociedade e pelos familiares para agir de dois modos sacrificantes e perigosos:
- Sucumbir de uma vez, dando aos demais o gostinho de dizer (ou pensar) “Eu sabia que você não suportaria”, um misto de prazer sádico com competição. É o olhar “de cima para baixo”, a superioridade sendo exercida como fator de intimidação. Parece estranho, mas esse complexo jeito de ser é plenamente explicado pela Psicologia;
- Agir como verdadeiros heróis, encarando tudo de uma forma quase infantil, tentando transmitir uma imagem de “Super-Homem” e olhando para o problema com desdenho e petulância. “Isso não foi nada, vamos lá, levante a cabeça e vire a página” é uma reação comum. Trata-se de simplificar o outro para manter a si mesmo como “assunto principal”.
Nenhum dos comportamentos acima dá resultado. Ou pior: eles só agravam a situação. Esperam isso de nós porque querem provar ou que são melhores ou que somos ignorantes – faz parte da natureza humana exigir paciência dos outros, mas logo cobrar resultados rápidos quando é possível tirar alguma vantagem disso.
A verdade é que poucos são os que descem até o fundo do poço com uma corda e passam um bom tempo lá embaixo com você, preparando-o para a subida. Ou seja, poucos são os que passam da teoria para a prática da paciência, especialmente quando há outra pessoa envolvida.
Não desanime! Se você trabalha em projetos importantes para você, insista, siga paciente por cada passo do caminho. Nessas horas, transforme a paciência em sua maior virtude.
Termino este breve texto com uma frase que representa bem o que eu penso sobre a paciência: “A paciência é a mais heroica das virtudes, justamente por não ter nenhuma aparência heroica” (Giacomo Leopardi).
Sua paciência já foi testada muitas vezes? Quais foram as lições aprendidas? Compartilhe-as conosco usando o espaço de comentários abaixo. Obrigado e até a próxima.
Foto “Steinpyramide”, Shutterstock.