A análise da Goldman Sachs sobre os resultados do terceiro trimestre de 2024 da PagBank (PAGS; PAGS34) aponta para um trimestre positivo, com crescimento em diversos segmentos e aumento do volume de transações totais (TPV).
A receita líquida recorrente da empresa somou R$ 571 milhões, representando um crescimento de 30% em relação ao ano anterior e 5% a mais do que o esperado.
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O TPV, especialmente entre grandes comerciantes, contribuiu para essa expansão, com um aumento anual de 37%, alcançando R$ 136,3 bilhões.
A PagBank também demonstrou avanço no setor bancário, com esse segmento representando 18% do lucro bruto total, um aumento em relação aos 14% registrados no mesmo período de 2023.
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A plataforma bancária da PagBank cresceu 14% no trimestre, alcançando uma receita de R$ 495 milhões. Esse desempenho foi impulsionado pelo aumento de receitas flutuantes e de crédito.
A carteira de crédito, por exemplo, expandiu 11% em relação ao trimestre anterior, totalizando R$ 3,2 bilhões, com 85% desses empréstimos sendo garantidos.
A empresa, no entanto, enfrentou alguns desafios. A taxa de desconto (“take rate”) caiu para 1,73%, uma redução de 6 pontos-base em relação ao trimestre anterior, a menor já registrada. Isso foi atribuído ao aumento no volume de grandes comerciantes, que geralmente apresentam margens mais apertadas.
As despesas operacionais, incluindo custos de pessoal e taxas de intercâmbio, também foram ligeiramente superiores ao previsto, representando um crescimento anual de 19%.
Mesmo com o aumento nas despesas, a empresa conseguiu beneficiar-se de uma menor taxa de imposto efetiva, que caiu para 12,7% no trimestre.
O Goldman Sachs reforça uma perspectiva positiva para a PagBank, ressaltando a atratividade da avaliação da empresa.
A PagBank está cotada a 6,3 vezes o lucro estimado para 2025, o que representa um desconto em relação aos pares globais, que apresentam uma média de 17,8 vezes.
O banco acredita que o potencial de crescimento da empresa, especialmente no setor bancário, oferece oportunidades de valorização, apesar de prever uma taxa de crescimento do lucro por ação de 14% entre 2023 e 2026, inferior à de outros concorrentes.
Além disso, a empresa realizou um programa de recompra de ações, adquirindo R$ 472 milhões em ações ao longo de 2024, o que representa 3% de seu valor de mercado.
Esse movimento pode ser visto como uma demonstração de confiança da gestão na valorização das ações da empresa e, ao mesmo tempo, uma maneira de fortalecer o retorno para os acionistas.
Para o futuro, a PagBank mantém suas metas financeiras e projeta um crescimento contínuo no TPV, especialmente no setor de pequenas e médias empresas (PMEs).
Pix
A empresa também enfatizou a importância do PIX, com 15% do seu TPV total relacionado a essa modalidade de pagamento, um crescimento expressivo em relação aos 4% de participação registrados no terceiro trimestre de 2023.
O Goldman Sachs considera o PIX uma ferramenta estratégica que pode fortalecer a base de clientes da PagBank, ao oferecer uma opção de pagamento popular e sem custos para os consumidores.
No entanto, o Goldman Sachs alertou para alguns riscos no horizonte. A compressão nas taxas de desconto é uma preocupação, especialmente se o volume de grandes comerciantes continuar a crescer desproporcionalmente.
Além disso, o ambiente competitivo no setor de pagamentos digitais e a regulamentação financeira em mercados emergentes são desafios que podem impactar o desempenho da empresa.
Apesar desses riscos, o Goldman Sachs acredita que a PagBank está bem posicionada para capturar oportunidades de crescimento no mercado de pagamentos e serviços financeiros no Brasil, com uma recomendação de compra e um preço-alvo de US$ 14, representando um potencial de valorização de 73%.