Alguns pagers – antigos aparelhos de mensagens – carregador por milhares de integrantes do grupo terrorista Hezbollah explodiram ao mesmo tempo nesta tarde no Líbano. Cerca de 2.700 pessoas ficaram feridas.
O grupo culpou Israel e ameaçou retaliar.
Segundo a agência pública de notícias do Líbano (NNA), o Ministro Interino da Saúde Pública, Dr. Firas Abiad, anunciou em uma coletiva de imprensa que “mais de 2.800 pessoas ficaram feridas e 8 mártires caíram, incluindo uma criança, nas explosões de pagers em diversas regiões libanesas esta tarde”, acrescentando que “ferimentos nas mãos foram os mais relatados”.
A Embaixada Iraniana em Beirute disse em um comunicado que “o Embaixador Mojtaba Amani sofreu um ferimento leve e está em boas condições médicas gerais”.
O exército israelense, que tem se envolvido em guerras com o Hezbollah apoiado pelo Irã desde o início da guerra de Gaza em outubro passado, se recusou a responder às perguntas da Reuters sobre as detonações.
Um oficial do Hezbollah, falando sob condição de anonimato à Reuters, disse que a detonação dos pagers foi a “maior violação de segurança” à qual o grupo foi submetido em quase um ano de conflito com Israel.
Tensões
As tensões envolvendo Israel e o Hezbollah estão altas desde 7 de outubro do ano passado, após o inicio da guerra entre Tel-Aviv e o grupo terrorista Hamas.
O Exército de Israel afirmou nesta terça-feira, 17, que interromper os ataques da milícia xiita radical libanesa Hezbollah no norte do país para permitir que os moradores retornem para suas casas é agora uma meta oficial de guerra. O gabinete do primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, considera a possibilidade de uma operação militar no Líbano.
Na segunda-feira, 16, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que uma “operação militar” no Líbano seria a única maneira de restaurar a calma no norte de Israel. Mais de 100 mil pessoas de ambos os lados da fronteira Israel-Líbano foram deslocadas desde outubro por conta de ataques retaliatórios entre Israel e o Hezbollah.
O enviado dos EUA para o Líbano, Amos Hochstein, que fez várias visitas ao Líbano e Israel para tentar aliviar as tensões, se encontrou com Netanyahu na segunda-feira, 16. Hochstein disse a Netanyahu que intensificar o conflito com o Hezbollah não ajudaria os israelenses que foram deslocados de suas casas no norte do país.
(Com Estadão Conteúdo)