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Pague Menos e Espaçolaser precisarão refinanciar dívidas, diz Fitch

Empresas precisarão refinanciar R$ 340 milhões e R$ 160 milhões, considerando uma Selic média de 14%

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Pague Menos

Empresas como Pague Menos (PGMN3), Espaçolaser (ESPA3) e Nissei estão entre as mais afetadas pela Selic mais alta no setor varejista em 2025 – considerando uma média de 14% – devido à elevada alavancagem e pressões de refinanciamento, mostra uma análise divulgada pela Fitch Ratings nesta quinta-feira (30). Elas precisarão refinanciar R$ 340 milhões, R$ 160 milhões e R$ 150 milhões, respectivamente

O cenário é agravado pelo alto endividamento das famílias, inflação crescente e limitações no repasse de preços. Enquanto algumas varejistas conseguiram fortalecer sua posição financeira em 2024, outras enfrentarão dificuldades para gerenciar fluxos de caixa e manter investimentos.

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Veja os efeitos da Selic mais alta no setor

Impacto distinto no setor varejista. O ambiente desafiador terá impacto distinto nas empresas do setor, conforme destacado pela Fitch. Companhias como C&A (CEAB3), Guararapes (GUAR3) e Smartfit (SMFT3) estão mais preparadas devido à gestão eficiente de custos e capital de giro. Por outro lado, “as varejistas que reportam maior alavancagem, como Sendas Distribuidora (Assaí, ASAI3), Companhia Brasileira de Distribuição (CBD, PCAR3), CVC Brasil (CVCB3), Pague Menos e Nissei, estarão mais expostas,” explicou o diretor Renato Donatti. Essas empresas consomem entre 50% e 90% do Ebitda com juros.

Pressão nos fluxos de caixa livre. A alta da Selic compromete o fluxo de caixa livre (FCF) das empresas mais endividadas. Para a CBD, o consumo de juros pode chegar a 90% do Ebitda, enquanto para Assaí, CVC e Nissei, esse valor fica em torno de 55%. “O aumento dos juros limita as capacidades de investimento e crescimento dessas companhias,” afirmou o analista sênior Pedro Gonzalez. A Pague Menos também enfrenta desafios, com 50% do Ebitda comprometido com juros.

Gestão de passivos e liquidez. A gestão de passivos será crucial para enfrentar os desafios de 2025. A Fitch destaca que, embora os vencimentos de dívida sejam gerenciáveis, condições menos favoráveis nos mercados de dívida podem agravar riscos de refinanciamento. Empresas como Pague Menos, Espaçolaser e Nissei precisarão refinanciar R$ 340 milhões, R$ 160 milhões e R$ 150 milhões, respectivamente. “Condições de liquidez menos satisfatórias poderão pressionar os ratings dessas companhias,” alertou Donatti.

Fortalecimento de algumas empresas. Empresas como Grupo SBF (SBFG3) e Guararapes fortaleceram suas posições financeiras em 2024. A Fitch revisou a Perspectiva do Rating Nacional de Longo Prazo do Grupo SBF para positiva e elevou o rating da Guararapes para ‘A+(bra)’. “Ambas as ações refletiram o fortalecimento da rentabilidade e redução significativa do endividamento,” explicou Gonzalez. Essas companhias estão melhor posicionadas para enfrentar o cenário desafiador de 2025.

Limitações no repasse de preços. O repasse de preços é limitado em um cenário de inflação alta e menor poder de compra. Isso pressiona as margens das empresas e eleva a inadimplência. “Este cenário pode comprometer a recuperação do volume de vendas do varejo,” afirmou Donatti. As empresas com menor flexibilidade para ajustar preços ou reduzir custos serão as mais afetadas, especialmente aquelas com alta dependência de crédito ao consumidor.

Estratégias de sobrevivência no setor. A capacidade de reduzir investimentos e gerenciar o capital de giro será essencial para sobreviver em 2025. Empresas como Zamp (ZAMP3) e Cantu Store se beneficiaram de aportes de capital e alongamento de dívidas, iniciando o ano com maior flexibilidade. “Mesmo com o aumento dos investimentos em 2025-2026, estas empresas iniciarão o ano menos pressionadas,” destacou Gonzalez. Já as empresas mais endividadas precisarão adotar estratégias agressivas para evitar downgrades nos ratings.

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