O progresso global nas políticas para reduzir o uso do tabaco desacelerou pela primeira vez em 12 anos após o surto da pandemia de Covid-19, de acordo com análise publicada nesta quarta-feira pelo Global Tobacco Control Progress Hub, que alertou que, como resultado, milhões de pessoas em todo o mundo provavelmente continuaram a fumar.
O centro, que é uma colaboração entre a organização sem fins lucrativos Action on Smoking and Health (ASH) Canada e a Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, acompanha a promulgação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), um tratado global que tem como objetivo a redução do tabagismo.
O relatório constatou que, entre 2020 e 2022, houve um abrandamento na implementação de seis das principais medidas de alto impacto do tratado, incluindo aumentos de impostos, proibições de publicidade e promoção e regras que vetam fumar em locais públicos.
Les Hagen, diretor executivo da ASH Canadá, disse que, embora a pandemia tenha distraído compreensivelmente os governos, a desaceleração foi “perturbadora”. Ele apelou aos países, para que intensifiquem seus esforços.
Hagen alertou que a queda na implementação das ações poderá ter “consequências terríveis para milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente se for sustentada”.
A análise se baseia nos auto-relatos dos países à OMS, disse Hagen. Dois terços dos países reportaram nenhuma melhoria ou um declínio na implementação das principais políticas do tabaco, enquanto apenas um terço relatou melhoria.
As maiores quedas foram registradas nos países de baixa renda, especialmente nas regiões do Mediterrâneo Oriental e do Sudeste Asiático, afirmou o centro.
A OMS afirma que o tabaco mata até metade dos consumidores que não param de fumar.