O GPA (PCAR3), dono do Pão de Açúcar, anunciou nesta quinta-feira (27) a venda de 71 postos de combustíveis por R$ 200 milhões em um movimento que quebrou o ceticismo do mercado sobre a concretização desse negócio.
São 49 postos no Estado de São Paulo vendidos para a Ultrapar (UGPA3), enquanto os demais 22 postos localizadas em oito Estados tiveram outros compradores.
O anúncio faz parte do plano de reestruturação do Pão de Açúcar, com a venda de ativos (Sede + Postos) agora somando cerca de R$ 420 milhões, dentro do projetado pela empresa no primeiro trimestre, de R$ 400 milhões a R$ 500 mi.
As ações sobem aproximadamente 2% em reação à notícia.
“Vemos o anúncio como positivo, uma vez que éramos céticos sobre a venda desses ativos, apesar dela não ser suficiente para endereçar totalmente a situação da alavancagem da companhia”, avalia a analista da XP Investimentos, Danniela Eiger.
Dívida do GPA
No primeiro trimestre, a dívida líquida do Pão de Açúcar, incluindo o saldo de recebíveis não antecipados, somou 1,606 bilhão de reais, de 3,013 bilhões um ano antes. A alavancagem financeira medida pela dívida líquida dividida pelo Ebitda ajustado do GPA Brasil pré-IFRS 16, que inclui as despesas de aluguéis, passou de 9,8 para 3,0 vezes.
“Melhorar a estrutura de capital era um pilar-chave no plano de reestruturação do GPA”, diz Thiago Macruz, do Itaú BBA.
A venda dos postos segue outras ações do GPA para melhorar sua estrutura de capital, como a venda de sua participação no colombiano Éxito e da sua sede administrativa, além de follow-on que culminou uma nova estrutura societária e encaminhamento definitivo de questões como o tema de contingências.